Em uma análise da situação política e econômica do Brasil, o diário Financial Times, da Grã-Bretanha, faz duras críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff e afirma que o país “tem sido comparado com um filme de terror sem fim”. A comparação foi feita na semana passada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que ao fazer um balanço do primeiro semestre de 2015 afirmou que o país vivia na “escuridão”. Para o diário, a “incompetência, arrogância e corrupção quebraram a magia” do país.
Com o título “Recessão e corrupção: a podridão crescente no Brasil”, o jornal cita as ações da Operação Lava Jato e atribui a crise enfrentada pela presidente aos escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras. A investigação do Ministério Público sobre a suspeita de tráfico de influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teria ajudado a construtora Odebrecht a conseguir contratos no exterior, também é abordada na matéria.
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A grave crise política e a possibilidade de um impeachment que ronda a presidente Dilma Rousseff (PT) fez com o ex-presidente e principal nome do PT Luiz Inácio Lula da Silva iniciasse um processo de reaproximação com o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), um dos mais importantes políticos da oposição.
Leia a matéria completaSobre as medidas do ajuste fiscal, a publicação afirma que elas “demoliram os índices de aprovação de Rousseff para os níveis mais baixos da história” e que “isso enfraqueceu ainda mais seu controle sobre os parceiros da coalizão”. O jornal afirma que, embora poucos acreditem que Dilma seja corrupta, as acusações envolvendo o financiamento da campanha da petista em 2014 e as pedaladas fiscais podem ser “suficientes para o impeachment”.
O rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com o governo foi visto pelo Financial Times como “um grande aviso” de que a presidente pode perder o apoio de outros aliados, o que complicaria ainda mais a sua situação política.
“Até agora, os políticos em Brasília têm preferido que Dilma permaneça no poder e assuma os problemas do país. Mas esse cálculo pode mudar para que tentem salvar suas peles”, diz o jornal.
A publicação pondera, no entanto,que a prisão de Marcelo Odebrecht “demonstram a força das instituições democráticas do Brasil”. Por fim, a análise afirma que “Dilma enfrenta três anos solitários como presidente” e que “pode ser que tempos mais difíceis estejam adiante do Brasil”.
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