Imagem do automóvel do Sebin divulgada pela ONG Transparência Venezuela.| Foto: ONG Transparência Venezuela./Twitter/ Reprodução

Os jornalistas Leandro Stoliar e Gilzon Souza, da Rede Record, que investigavam as denúncias de suborno por parte da construtora Odebrecht na Venezuela, foram detidos no sábado (11) por cerca de dez horas pelo Serviço de Inteligência venezuelano no estado Zulia, no Norte do país. A denúncia é da ONG Transparência Venezuela.

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“A comissão do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) os deteve e os acompanhou até sua sede em Maracaibo para ter uma entrevista. Ao chegar, tiraram seus telefones celulares. A Transparência Venezuela exige sua libertação”, declarou a ONG em um comunicado.

Horas depois, o Sebin libertou os repórteres, mas advertiram que a dupla deve deixar o país neste domingo(12), confirmou à AFP Mercedes De Freitas, diretora da ONG.

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A organização relatou que os repórteres da Rede Record coletavam “informações na obra da Odebrecht: segunda ponte sobre o Lago de Maracaibo, no estado Zulia”. Também foram detidos os ativistas José Urbina e María Jose Túa, que os acompanhavam.

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Em nota, o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa também lamentou a detenção dos jornalistas da Record e exigiu sua soltura.

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Na semana passada, o Parlamento da Venezuela aprovou a investigação do caso da Odebrecht, em um debate que contou com a presença de legisladores da bancada governista. A Comissão da Controladoria convocou os representantes legais da empreiteira brasileira na Venezuela para prestar esclarecimentos.

Em 26 de janeiro, o Ministério Público confirmou que pediu informações sobre o caso ao MP do Brasil e solicitou ordem de captura internacional contra uma pessoa não identificada, que estaria ligada ao escândalo.

Também na semana passada, o presidente Nicolás Maduro se comprometeu a concluir as obras da construtora.

Segundo declaração do ex-presidente da companhia Marcelo Odebrecht, atualmente preso, a Venezuela é o segundo país da América Latina onde a construtora pagou mais subornos, chegando a US$ 98 milhões. Fica atrás apenas do Brasil.