A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta terça-feira (9), durante o julgamento do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu por corrupção ativa. Chefe da campanha que elegeu o ex-presidente Lula em 2002, Dirceu foi acusado de negociar acordos com os partidos políticos que apoiaram o novo governo e de criar um esquema clandestino de financiamento que distribuiu recursos ao PT e a seus aliados para garantir apoio no Congresso.
O voto que selou maioria por condená-lo foi do ministro Marco Aurélio Mello. Ele foi o sexto ministro a entender que Dirceu é culpado pelo mensalão.Também votaram neste sentido os ministros Joaquim Barbosa, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. Os ministros Ricardo Lewandowski e José Roberto Dias Toffoli entenderam que a Procuradoria não conseguiu provar a participação de Dirceu no esquema e o absolveram.
Segundo afirma sua defesa, o ex-ministro se desligou do PT quando assumiu a chefia da Casa Civil e não participou das ações do partido, que eram de responsabilidade de seus dirigentes. Diz ainda que nunca teve relações próximas com Marcos Valério e outros operadores do esquema e nega ter comprado votos no Congresso.
Biografia
O ex-ministro José Dirceu, 66, foi o "homem forte" dos primeiros anos do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Natural de Passa Quatro, no sul de Minas Gerais, Dirceu se mudou para São Paulo em 1961, onde se formou em Direito na PUC, em 1983. Começou a carreira política como líder estudantil, chegando à presidência da União Estadual dos Estudantes, da qual é presidente de honra.
Em 1968, foi preso pelo regime militar. No ano seguinte, estava entre os 15 presos libertados por exigência dos sequestradores do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick e seguiu para o exílio.
Depois de um período em Cuba, voltou ao Brasil clandestinamente em 1974 e foi morar em Cruzeiro do Oeste, no interior do Paraná. Para voltar ao país sem ser reconhecido, Dirceu passou por uma plástica e adotou identidade falsa.Na cidade paranaense, casou-se com Clara Becker e teve um filho --Zeca Dirceu, que foi prefeito da cidade. Clara só soube da verdadeira identidade do marido em 1979, com a Lei da Anistia.
Um ano após ser anistiado, Dirceu ajudou a fundar o PT, do qual se tornou um dos principais líderes, ocupando a presidência nacional ao longo da década de 90.
Dirceu foi deputado estadual constituinte em São Paulo de1987 a 1990. Elegeu-se deputado federal em 1990, 1998 e 2002. Participou das campanhas presidenciais de Lula em 1989, 1994 e 1998, e foi o coordenador-geral da campanha em 2002.Assumiu a Casa Civil de 2003 a 2005, quando deixou o governo após vir à tona o escândalo do mensalão.
De volta à Câmara, Dirceu foi cassado pelos colegas por causa do episódio, tornando-se inelegível até 2015. Desde então, virou consultor de empresas e mantém influência no partido.
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