| Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP

O juiz Rodrigo Tellini, do Foro Central Criminal da Barra Funda, considerou nesta segunda-feira (5) ilegais as prisões dos estudantes detidos antes do protesto deste domingo (4) que pediu eleições diretas.

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Todos os dezoito maiores de idade que tiveram sua audiência de custódia no fórum foram liberados e não responderão a nenhum crime. A polícia ainda pode seguir com sua investigação. Os jovens foram ovacionados na saída pelos amigos e familiares presentes.

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De acordo com amigos de adolescentes detidos na mesma ocasião, os menores de idade permanecem detidos na Fundação Casa.

A Defensoria Pública e o Ministério Público solicitaram a apuração de violência policial relatada por um dos presos. Além disso, duas pessoas relatam que policiais forjaram a apreensão de objetos, fato que também deverá ser investigado.

As famílias dos presos também poderão entrar com ações na Justiça contra o suposto abuso policial.

“Acho que a gente deve, neste momento, fincar o pé e dizer que abusos não serão nunca admitidos”, disse o advogado criminalista Marcello Feller, que representou cinco dos presos.

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“Assim como abuso de manifestante que joga pedra para machucar as pessoas deve ser punido, a gente também tem que punir as nossas autoridades públicas que abusam do poder que têm, que abusam das algemas que têm e que prendem manifestantes pacíficos pela possível prática de um futuro crime”, concluiu.

A acusação de que foi dificultado o acesso aos advogados de defesa não foi tema da audiência. De acordo com Feller, os jovens, com a exceção de um deles, não chegaram a prestar depoimento formal pois o delegado já tinha externado o entendimento dele de que houve crime cometido sem ouvi-los.

Na audiência, a defesa dos jovens ficou a cargo do defensor público Bruno Shimizu.