O juiz Sergio Moro, que conduz os processos de primeira instância da Operação Lava Jato , decidiu nesta segunda-feira (1º) prorrogar por mais cinco dias a prisão temporária de Ademir Auada. Advogado da Mossack Fonseca, empresa internacional investigada na operação, ele é suspeito de destruir provas.
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Auada foi preso na quinta-feira (28), um dia depois da deflagração da Operação Triplo X, da Lava Jato, que investiga se a empresa criava offshores de fachada no exterior para facilitar o pagamento de propinas a partir de contratos de empresas com estatais, entre elas a Petrobras.
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O advogado figura como procurador da offshore Murray Holdings, criada pela Mossack, que aparece como proprietária de um apartamento no edifício Solaris, alvo de investigação, onde também o ex-presidente Lula teria um tríplex, em Guarujá (SP).
Em um telefonema grampeado, a filha de Auada informava o pai que estava “picando os papéis”, o que a Polícia Federal considera um forte indicativo de destruição de provas.
Ricardo Honório Neto e Renata Pereira Brito, respectivamente sócio e funcionária da Mossack Fonseca, foram soltos neste domingo (31).
O juiz Moro, porém, decidiu manter Auada preso. Em seu despacho, afirma que há provas “da prática por ele de fraudes, servindo aparentemente de pessoa interposta na obtenção de off-shores e ocultação de patrimônio” na Mossack.
Moro relembra o episódio do grampo telefônico, no qual Auada teria sido “surpreendido na atividade de picotar documentos”, e diz concordar com o pedido da Polícia Federal, de que necessita de mais tempo para analisar os documentos apreendidos na casa do suspeito.
Também foi mantida presa outra investigada nessa etapa, a publicitária Nelci Warken. Ela é suspeita de usar a estrutura de uma offshore para ocultar patrimônio em favor de Marice Correa de Lima, cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. A defesa de Warken nega.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Auada.
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