Mais três acusados do assassinato do jornalista Tim Lopes, em junho de 2002, são julgados no 1º Tribunal do Juri. Reinaldo Amaral de Jesus, de 26 anos, Fernando Sátyro da Silva, de 28, e Elizeu Felício de Souza, de idade não informada, respondem por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e formação de quadrilha. Eles podem ser condenados a até 39 anos de prisão. Outros dois réus que também seriam julgados foram dispensados e comparecerão em juízo em outra data.
O segundo dia do julgamento, iniciado na quinta-feira e interrompido à noite, depois de mais de sete horas, foi retomado às 11h45m desta sexta-feira. Durante duas horas, foram exibidos vídeos com reportagens feitas na época da morte do jornalista e fitas de áudio com depoimentos dos réus.
A sessão foi suspensa para o almoço e retomado, às 15h30m, com os debates entre promotores e debates.
Na quinta-feira, foram ouvidos Reinaldo Amaral de Jesus, Fernando Sátyro da Silva e Elizeu Felício de Souza. Eles tinham o direito de ficarem calados, mas todos disseram que são inocentes. Fernando, de 28 anos, afirmou que tem dois filhos e era pedreiro, bombeiro hidráulico e eletricista. Ele contou que, na hora do crime, estava num forró com a namorada e que sua mãe também sabia que ele ia à festa. As duas, porém, não foram arroladas como testemunhas.
Reinaldo, de 26 anos, disse apenas que era pedreiro e camelô na Rua Uruguaiana, no Centro. Ambos os réus foram presos dois dias após a morte de Tim Lopes. Condenados a seis anos por tráfico de drogas e associação para o tráfico, eles cumprem pena no presídio Bangu 3.
Já Elizeu é réu primário. Ele contou que era ajudante de caminhão, mas não soube informar em qual transportadora trabalhava. Disse que também era ajudante de borracheiro e, no dia do crime, estava trabalhando numa borracharia em Inhaúma, das 7h30m às 18h, apesar de ser domingo. Segundo ele, após o trabalho, passou o restante do dia em casa.
São defensores públicos que fazem a defesa dos três acusados. Eles não dão entrevistas e nem adiantam qual a estratégia que vão usar. As promotoras públicas, que fazem a acusação, dizem que estão confiantes na condenação de todos eles. Elas pedem a pena de 39 anos de prisão para cada um por homicídio triplamente qualificado.
- Existem nos autos provas suficientes para uma condenação, isto é o que o Ministério Público espera - afirma a promotora Viviane Tavares.
O interrogatório de Claudino dos Santos Coelho e Ângelo Ferreira da Silva foi transferido para 29 de setembro, pois a tese de seus advogados de defesa entra em conflito com a dos outros três réus.
O primeiro a ser julgado foi o principal acusado da morte do jornalista, o traficante Elias Maluco. Em maio de 2005, ele foi condenado a 28 anos e seis meses de prisão. Em junho, o traficante Cláudio Orlando do Nascimento, o Ratinho, foi julgado, considerado culpado e recebeu pena de 23 anos e seis meses de prisão.
Um outro acusado, Ângelo Ferreira da Silva, só vai ser julgado no mês que vem. Ele não ficou com o grupo porque a tese de sua defesa entra em conflito com a dos outros: Ângelo acusa todos os integrantes da quadrilha.
Tim Lopes foi executado em 2 de junho de 2002 quando investigava uma denúncia de exploração sexual de menores em bailes promovidos por traficantes do conjunto de favelas do Alemão. Segundo a polícia, os quatro teriam participado da captura de Tim Lopes em uma rua da Vila Cruzeiro. Depois, eles também participaram da tortura e morte do jornalista no alto da Favela da Grota, para onde ele foi levado.
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