O vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), defendeu nesta quinta-feira a notificação imediata de pelo menos 94 dos 105 parlamentares que teriam sido citados no depoimento prestado ao longo de sete dias pelo empresário LuizAntônio Trevisan Vedoin à 2ª Vara Federal, em Cuiabá. O empresário é acusado de ser o principal articulador do esquema desbaratado pela operação Sanguessugas, da Polícia Federal.

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Mais de uma centena de parlamentares podem ter recebido, direta ou indiretamente, pagamento de propina da máfia dos sanguessugas, Jungmann. Ainda de acordo com ele, Vedoin revelou em seu depoimento à Justiça Federal de Mato Grosso ter dado algum tipo de benefício financeiro a pelo menos 105 parlamentares que hoje têm mandato em troca de emendas ao Orçamento que permitiram a venda de ambulâncias, ônibus escolares e outros equipamentos com valores superfaturados.

Jungmann também conclamou os candidatos à presidência da República a apresentarem propostas para o aperfeiçoamento do trâmite de matérias orçamentárias.

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Oficialmente, 57 parlamentares (56 deputados e um senador) são investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento com a máfia. Os pedidos de abertura de inquérito, porém, não levaram em consideração o depoimento de Vedoin. Ele contou detalhes do esquema em troca da delação premiada. As cópias das declarações chegaram há uma semana à Procuradoria Geral da República, que deve solicitar ao STF novas investigações.