Serra, hoje senador, alega que sua gestão conseguiu reduzir o preço da compra de trens.| Foto: Moreira Mariz/ Agência Senado/Fotos Públicas

A Justiça paulista aceitou nova denúncia criminal referente ao cartel dos trens em São Paulo que, segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MP-SP), teria fraudado licitação de R$ 1,8 bilhão em 2009, durante a gestão do hoje senador José Serra (PSDB) como governador do estado.

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O alvo da ação são cinco executivos ligados à Alstom e dois ligados à CAF, que viraram réus em ação penal nesta segunda-feira (28). Todos haviam sido denunciados por crime contra a ordem econômica.

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Além disso, os dois executivos ligados à CAF também haviam sido denunciados por crimes contra a administração pública. Eles são acusados de cometer as infrações penais em contrato de manutenção de trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Apresentada pelo promotor Marcelo Batlouni Mendroni, a denúncia se baseia em investigação criminal, realizada pelo Gedec (Grupo Especial de Delitos Econômicos), do Ministério Público de São Paulo.

Mendroni também havia pedido a prisão preventiva de dois acusados que vivem no exterior – Cesar Ponce de Leon, um ex-diretor da Alstom que mora na Espanha, e Antonio Oporto del Olmo – mas teve o pedido negado pela juíza Roseane Cristina de Aguiar Almeida. Ponce de Leon já era réu em outras ações do cartel dos trens.

Outro lado

A reportagem procurou os citados nesta terça-feira (29), mas ainda não recebeu respostas. No início do mês, quando a denuncia foi apresentada, Alstom e CAF disseram em nota que colaboraram com as investigações e respeitam a legislação brasileira. A Alstom disse ainda que “a prática de cartel ou de qualquer concorrência desleal não é permitida pelas regras” do grupo. A CAF afirmou que “tem colaborado com as autoridades no fornecimento de todas as informações”. O senador José Serra (PSDB-SP) havia dito em outras ocasiões que seu governo conseguiu reduzir o preço de compra de trens.