O governo obteve, na Justiça, uma vitória que ajuda a estratégia de reprimir o movimento grevista dos caminhoneiros que ainda paralisa as estradas do país. A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu reverter em multas judiciais todas os autos de infração aplicadas aos caminhoneiros pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) por obstrução das rodovias. A AGU já obteve liminares em todos os estados do país para a aplicação das multas, que podem chegar a R$ 50 mil por hora, como decidiu uma juíza da Bahia. Na média, essas multas variam entre R$ 5 mil e R$ 10 mil.
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O governo também obteve liminares que permitem à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e à Força Nacional de Segurança desobstruir qualquer estrada, federal ou estadual, em qualquer ponto do país. Com isso, o governo acabou com a manobra dos caminhoneiros que faziam a paralisação em um ponto e trocavam o local da interdição assim que era expedida uma liminar de desocupação para aquele ponto, para não terem de pagar as salgadas multas.
No início da noite de sexta-feira (27), o governo contabilizava 56 pontos de estradas paralisadas em quatro estados – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso. No dia anterior, eram 98 pontos em seis estados. De posse desses dados, o governo reitera que o movimento está cedendo.
A presidente Dilma Rousseff está sendo informada da evolução da situação em todo o país e os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto, foram destacados para acompanhar de perto e resolver os problemas que forem surgindo.
Via Dutra
Apesar do intenso monitoramento, alimentado também pelos órgãos de inteligência estaduais e federal, o governo foi surpreendido com a paralisação da Via Dutra, nesta sexta-feira (27), que provocou um enorme transtorno na principal ligação rodoviária entre São Paulo e Rio de Janeiro.
Rodovias estaduais
A Procuradoria-Geral do Paraná (PGE) ingressou nesta sexta-feira (27) com um pedido de liminar para a liberação de rodovias estaduais bloqueadas pelos caminhoneiros.
Caso a Justiça do Paraná dê a decisão como favorável, o que não foi confirmado até o fechamento desta edição, os motoristas que impedirem a passagem de veículos poderão pagar multa de, no mínimo, R$ 5 mil por dia.
Segundo o último boletim da Polícia Rodoviária Estadual, das 17 horas, havia 44 rodovias estaduais bloqueadas em todo o Paraná.
Com o maior rigor para fazer pesar no bolso dos caminhoneiros, com aplicação das altas multas, o governo aposta que, aos poucos, as paralisações vão minguar.
Mas ninguém quer arriscar fixar prazos, ainda mais que muitas lideranças começaram a se manifestar avisando que discordavam do acordo feito pelo governo com pessoas que não consideravam seus representantes.
“A sensação dos inspetores de toda a Polícia Rodoviária Federal é de que o movimento está se esvaziando”, disse Regina Miki, secretária nacional de Segurança Pública.
No fim da tarde desta sexta-feira, o Rio Grande do Sul tinha 27 pontos paralisados, ante 41 da noite anterior. Em Santa Catarina, recuaram de 15 para 12 e no Paraná, de 21 para 12. Já Mato Grosso mantinha estradas fechadas em nove locais.
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