O juiz federal Pablo Zuniga Dourado arquivou nesta quinta-feira (18) a ação civil pública protocolada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no último dia 5, que pedia o bloqueio de bens do governo afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) e dos deputados distritais suspeitos de envolvimento com o suposto esquema de corrupção no DF. A decisão ainda é passível de recurso na própria Justiça Federal.

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A OAB havia pedido a indisponibilidade dos bens, sob o argumento de que tal medida garantiria o ressarcimento de supostos recursos desviados pelo esquema que ficou conhecido como "mensalão do DEM de Brasília", caso a prática fosse comprovada.

Segundo nota divulgada pela Justiça Federal de primeira instância, o juiz seguiu a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que reconhece a OAB uma autarquia federal, para arquivar a ação. Para o magistrado, a OAB não tem legitimidade para "entrar em juízo na defesa do patrimônio do Distrito Federal".

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Suspeito de comandar um suposto esquema de desvio de verbas públicas, Arruda foi afastado do governo e está preso desde a última quinta-feira (11). O decreto de prisão preventiva foi expedido pelo STJ, sob a justificativa de que o governador estaria obstruindo as investigações do "mensalão do DEM de Brasília".

O escândalo de corrupção veio à tona no dia 27 de novembro quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora. O suposto esquema de distribuição de propina foi denunciado pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa. O inquérito que envolve o governador do DF, seu vice e oito deputados distritais, além de empresários e membros do governo, tramita no STJ.

Comissão Especial

A Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou nesta quinta os cinco integrantes da comissão especial que vai julgar os processos de impeachment do governador afastado José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM). Deles, quatro já fazem parte da Comissão de Constituição e Justiça (a mesma que aprovou no começo desta tarde os pedidos de impedimento) e há um ex-secretário de Arruda.

O parecer é enviado ao plenário, que aceita ou não os pedidos. Se aprovados, o governador afastado tem 20 dias para se defender. A defesa volta para a comissão especial, que julga o mérito. No caso de ela aceitar o pedido, o impeachment volta ao plenário e deve ser aprovado por, no mínimo, dois terços dos votos. Se acatado, Arruda é afastado por 120 dias do cargo. Após isso, uma comissão formada por cinco deputados distritais e cinco desembargadores faz o julgamento final.

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