O juiz federal Sérgio Moro negou o pedido de acareação feito pelas defesas de Alberto Youssef e Leonardo Meirelles, apontado pela investigação da operação Lava Jato como testa de ferro do doleiro. A decisão, desta quarta-feira (29), diz que o procedimento é "normalmente infrutífero" e que no fundo não faria diferença para o andamento do processo no âmbito da Justiça Federal.

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Isso porque a acareação serviria para falar sobre a ligação de políticos do PSDB com o esquema de desvio de recursos da Petrobras. Como os envolvidos têm foro privilegiado, ou seja, devem ser julgados diretamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o juiz entendeu que a citação dos políticos é "irrelevante" para a ação penal. "Tais fatos serão evidentemente apurados no Juízo próprio e trazidos à luz no momento em que o Juízo próprio assim decidir", escreveu.

A divergência entre Youssef e Meirelles que motivou o pedido de acareação foi a identificação de tucanos "eventualmente beneficiados com o pagamento de vantagens indevidas", nas palavras de Moro.

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Em depoimento prestado à Justiça, Meirelles afirmou que o doleiro tinha ligação com o ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, e também com outro tucano descrito como "padrinho político do passado" e "conterrâneo de Youssef", que é de Londrina.

Ele não citou nominalmente o segundo tucano porque foi impedido por Moro durante o depoimento, que foi gravado em vídeo. Em seguida, a defesa do doleiro refutou as informações e pediu a acareação, que foi aceita pelo advogado de Meirelles.

O juiz cita, ainda, que o envolvimento dos tucanos com o esquema da Lava Jato foi "objeto de declarações dos defensores a jornais na época dos fatos". Logo depois da polêmica, integrantes do governo e da oposição enviaram requerimentos para que a CPMI da Petrobras escute os tucanos Alvaro Dias e Luiz Carlos Hauly, ambos de Londrina. Os pedidos não foram votados por falta de quórum.

Quanto a eventuais outros pontos de divergência, Moro diz que já foram produzidas provas "suficientes" para o julgamento da ação.

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