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A nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu, discursa durante a cerimônia de posse do cargo ao lado do antecessor, Neri Geller | Valter Campanato / Agência Brasil
A nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu, discursa durante a cerimônia de posse do cargo ao lado do antecessor, Neri Geller| Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Renan nega insatisfação do PMDB com formação do governo

O presidente do Congresso Nacional divulgou nessa segunda-feira (5) nota na qual nega que esteja insatisfeito com a montagem do governo da presidente Dilma Rousseff. O texto cita o "noticiário de hoje" e diz que as insinuações nesse sentido são "improcedentes". "Como presidente do Congresso Nacional, o senador Renan Calheiros está de férias e distante das negociações envolvendo a formação do governo, que é uma tarefa mais afeita aos dirigentes partidários e à presidente da República", diz o texto.

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Enfrentando forte resistência dos movimentos sociais, a ministra Kátia Abreu (Agricultura) afirmou, nesta segunda-feira (5), ao assumir o cargo, que seu ministério será pautado pelo diálogo. "Esse ministério será o ministério do diálogo. Todos aqueles que quiserem produzir, não interessa o tamanho da terra, desde que tenha um palmo de chão, o ministério está pronto para apoiar em qualquer circunstância", afirmou Kátia, ao ser questionada sobre como vai lidar com os movimentos sociais.

Na contramão da política adotada no governo Lula, de promover a concentração do setor de carnes criando campeões nacionais como a JBS e Marfrig, a nova ministra pretende abrir o mercado nacional para novos frigoríficos. "Não sei se é o oposto (do governo Lula). Precisamos dar oportunidade para que mais frigoríficos possam exportar, sem enfraquecer ou desmerecer nenhum deles. Temos um imenso mercado lá fora e nossas agroindústrias precisam estar preparadas, e totalmente liberadas, para exportar para esse grande mercado consumidor, seja de carnes, quer sejam outros produtos, como café, leite. A obrigação do Ministério da Agricultura é viabilizar, dar condições para que todas as empresas possam estar aptas para exportar."

Questionada sobre reforma agrária, a presidente licenciada da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) afirmou que essa questão não pertence a seu ministério, e sim ao Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Apesar de sua nomeação ter desagradado seu partido, o PMDB, que a considera da cota pessoal da presidente Dilma Rousseff, Kátia agradeceu à sigla, em seu discurso, citando os nomes do vice-presidente Michel Temer e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Nenhum dos dois compareceu na solenidade.

Depois de usar na posse, na última quinta-feira, um vestido "verde alface" que chamou atenção, Kátia optou nesta segunda-feira por um vestido mais discreto, preto e branco. A posse foi na rua, em frente ao ministério. A assessoria de imprensa afirmou que o auditório não comportaria todos os convidados.

Novos mercados

Um novo planejamento para o setor de defesa agropecuária deverá ajudar o agronegócio brasileiro a ampliar suas exportações, avaliou nesta segunda-feira a nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu, em seu discurso de posse. Nos últimos anos, a escassez de recursos tem dificultado o trabalho dos fiscais agropecuários, responsáveis por garantir a qualidade de produtos brasileiros fundamentais para o resultado da balança comercial brasileira, especialmente carnes e grãos.

"A efetivação do planejamento de defesa agropecuária vai consolidar nossa participação nos mercados nos quais já estamos e também facilitar o acesso a outros mercados. Ampliar o comércio exterior vai ajudar o Brasil a crescer", disse Kátia, ao receber o cargo de seu antecessor, Neri Geller. O Brasil fechou 2014 com o primeiro déficit na balança comercial desde 2000.

A ministra disse que a meta é garantir padronização, transparência e segurança no sistema, contando com a ajuda da iniciativa privada e da academia.

Nos últimos anos, não foram poucos os casos de produtos brasileiros que sofreram embargos em países compradores sob alegação de problemas sanitários. Em 2013, por exemplo, o presidente da entidade representativa das indústrias exportadoras de aves, o ex-ministro da Agricultura Francisco Turra, reclamava das condições ruins do sistema de fiscalização sanitária no país. "A gente vê que lamentavelmente o orçamento federal cresce em todas as direções e menos na defesa agropecuária", disse ele à Reuters, na época. No ano passado, contudo, o Brasil conseguiu reduzir as barreiras da Rússia à carne brasileira, após longo período de restrições.

No seu discurso de posse, Kátia Abreu não comentou sobre recursos financeiros que serão destinados à defesa agropecuária. Ela acrescentou que uma de suas metas será aumentar a classe média rural brasileira, retirando 800 mil produtores rurais das classes D e E.

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