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O ex-diretor geral da Abin Paulo Lacerda durante depoimento à CPI dos Grampos em agosto | Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O ex-diretor geral da Abin Paulo Lacerda durante depoimento à CPI dos Grampos em agosto| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O ex-diretor geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, encaminhou uma carta à CPI dos Grampos pedindo para que seja cancelada a sua convocação para depor na comissão. A carta foi lida pelo presidente da CPI, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), no início da sessão desta terça-feira (7) em que será ouvido um ex-assessor de Lacerda na Abin, Renato Porciúncula.

Na carta, Lacerda relembra que já prestou dois depoimentos à comissão. Destaca ter ainda enviado um documento posterior com 90 páginas com "tudo o que sabe" sobre o objeto de investigação da CPI.

Lacerda teria sido o responsável final pela participação da Abin na Operação Satiagraha. Ele acertou a participação da agência diretamente com o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz. Segundo as denúncias, Lacerda despachava com Protógenes sobre a operação, apesar de não haver hierarquia entre eles.

Para justificar o pedido de "desconvocação", o ex-diretor da Abin justifica também ter "muito trabalho para realizar" em sua nova função, de adido policial em Lisboa, Portugal.

Lacerda diz ainda que, caso seja mantida a decisão da convocação, seria necessário encaminhar uma carta rogatória com os questionamentos à Justiça brasileira para que o depoimento fosse tomado pela Justiça portuguesa, uma vez que agora vive naquele país. O instrumento de carta rogatória é usado para ouvir diplomatas.

O presidente da comissão fez críticas ao delegado. Questionou as circunstâncias de sua nomeação como adido policial e afirmou ainda que esta qualificação não dá a Lacerda o status de integrante do corpo diplomático. "Parece que está fugindo da comissão", reclamou Itagiba. A CPI ficou de decidir na quarta-feira (8) como irá proceder diante do pedido do ex-diretor da Abin.

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