O lançamento da pré-candidatura de Itamar Franco a presidente da República, feito pelo ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, irritou o ex-governador Anthony Garotinho e provocou bate-boca na reunião da Executiva do PMDB, realizada nesta quarta-feira na presidência do partido. Garotinho disse que Quércia não está autorizado a lançar a pré-candidatura de Itamar e que está sendo feito de palhaço, já que viajou pelo país atrás de apoio a sua candidatura.

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Nesta terça, Quércia passou o dia articulando a candidatura de Itamar com governadores. Segundo ele, "Garotinho não une o partido, ao contrário do Itamar, que tem história no PMDB". O ex-presidente, candidato ao Senado por Minas, não descarta a possibilidade de ser o candidato do PMDB a presidente. Em conversa nesta quarta com o deputado Marcello Siqueira (PMDB-MG), do seu grupo político, Itamar admitiu que pode disputar as prévias do partido.

Segundo Siqueira, Itamar está motivado com os apoios que tem recebido desde que seu nome surgiu como uma alternativa ao de Garotinho. Siqueira disse ainda que primeiro Itamar precisa garantir o apoio do PMDB mineiro.

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- Itamar não descarta tentar voltar ao Palácio do Planalto. Nessa disputa entre PSDB e PT cabe uma terceira via. Ele está muito animado com os apoios que tem recebido de pessoas importantes do partido e analisa essa possibilidade - disse Marcello Siqueira, que é de Juiz de Fora e presidiu Furnas no governo Itamar.

O presidente do PMDB, Michel Temer, tentou botar panos quentes e lembrou que o partido precisa levar em consideração a verticalização. O deputado Jader Barbalho (PA) cobrou agilidade, afirmando que é preciso saber logo se o PMDB terá ou não candidato próprio a presidente. Segundo ele, é preciso decidir se o partido vai sacrificar projetos regionais em troca de uma aliança nacional.

O líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), saiu da reunião dizendo que foi "um vexame geral" e deixou por escrito seu voto pela convenção no dia 7 de maio. Garotinho prometeu recorrer à Justiça contra a convenção em maio, caso seja aprovada, alegando que não passa de uma estratégia dos governistas para derrubar sua candidatura.