Laudo da PF confirma denúncias da CPI dos Correios contra Marcos Valério

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Um laudo da Polícia Federal comprovou o repasse ilegal de dinheiro do Banco do Brasil para o esquema montado pelo empresário Marcos Valério. O documento confirma denúncias da CPI dos Correios.

Entre 2003 e 2004, a agência DNA recebeu quase R$ 74 milhões da Visanet, empresa que cuida da marca Visa no Brasil. Segundo o laudo da PF, apresentado pelo jornal Folha de São Paulo, os depósitos foram feitos a mando do Banco do Brasil, o maior acionista da Visanet.

O laudo mostra que o dinheiro entrou nas contas da DNA antes do serviço de publicidade ser realizado. A agência aplicou o dinheiro no mercado financeiro e embolsou o rendimento de R$ 5 milhões. Ganhou também com desconto conseguido com fornecedores.

O laudo da Polícia Federal atesta que, ao todo, a DNA ficou indevidamente com R$ 39,5 milhões do Banco do Brasil. O advogado de Marcos Valério nega as acusações contra a DNA.

- Ela empregou todos os recursos na publicidade e propaganda. Prestou conta desses valores ao Banco do Brasil e considera-se, inclusive, credora, porque não recebeu por todos os serviços pagos - declarou o advogado Marcelo Leonardo.

Para o deputado Gustavo Fruet (PSDB/PR), que foi sub-relator da CPI dos Correios, o laudo comprova o resultado das investigações da comissão.

- A Polícia Federal trabalhou com muito mais tempo, com muito mais informação, com uma estrutura técnica melhor e, mais do que isso, sem a disputa partidária - explicou Fruet.

A Polícia Federal ainda vai analisar 21 notas fiscais, algumas com valor de R$ 500 mil, e refazer o caminho do dinheiro que passou pela agência DNA.

A CPI dos Correios concluiu que a DNA foi usada por Marcos Valério para abastecer contas de deputados acusados de receber o mensalão.

Em nota, a Visanet declarou que o Banco do Brasil foi o responsável pelos gastos com a DNA. O Banco do Brasil afirmou que o dinheiro era administrado por um comitê gestor e que foi repassado à DNA mediante apresentação de nota fiscal. A direção do PT não comentou o laudo da Polícia Federal.