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“Cheque” é passado pela força-tarefa da Lava Jato ao presidente da Petrobras, Pedro Parente (à esq.) | Henry Milléo/Gazeta do Povo
“Cheque” é passado pela força-tarefa da Lava Jato ao presidente da Petrobras, Pedro Parente (à esq.)| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

A força-tarefa da Operação Lava Jato devolveu nesta sexta-feira (18) R$ 204,2 milhões aos cofres da Petrobras. O valor foi desviado da estatal pelo esquema de corrupção investigado e recuperado através dos acordos de colaboração premiada e de leniência firmados desde 2014.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), os recursos foram devolvidos por 21 colaboradores (veja abaixo os valores que cada um devolveu). Desses, 18 são de colaboração premiada, firmados por pessoas físicas. Outros três são acordos de leniência (espécie de delação de empresas), firmados pela Camargo Corrêa, Setal Óleo e Gás e Carioca Engenharia.

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Essa é a terceira maior devolução de recursos para a Petrobras no âmbito da Lava Jato. Cerca de R$ 500 milhões já foram devolvidos aos cofres da estatal desde a deflagração da operação.

A maior devolução de recursos dessa sexta-feira foi feita pelo lobista Hamylton Padilha, alvo da 15ª fase da Lava Jato. Ele devolveu à força-tarefa R$ 56,4 milhões. Também é a terceira vez que o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco devolve dinheiro aos cofres da estatal. Em maio de 2015, ele já havia devolvido R$ 157 milhões; em julho, outros R$ 69 milhões. Desta vez, Barusco desembolsa R$ 41,5 milhões.

Segundo a procuradora-chefe do MPF no Paraná Paula Thá, os valores foram devolvidos à Petrobras porque a estatal é “vítima direta dos crimes praticados”. “A Petrobras foi vítima de um escândalo de corrupção e não se beneficiou dos atos ilícitos”, disse o presidente da estatal Pedro Parente.

“No Brasil é uma façanha, uma proeza a recuperação de dinheiro desviado por corrupção”, comemorou o coordenador da força-tarefa da Lava Jato no MPF Deltan Dallagnol.

De acordo com Parente, o dinheiro devolvido nessa sexta-feira será usado para pagar dívidas da Petrobras, que chegam aos US$ 132 bilhões (cerca de R$ 440 bilhões). O presidente da estatal destacou ainda que, deste valor, R$ 6 bilhões foram causados diretamente pela corrupção.

Em um ofício encaminhado para a cerimônia, o juiz federal Sergio Moro sugeriu que os recursos sejam utilizados em ações de governança, integridade e compliance da Petrobras. O presidente da estatal garantiu que “não vai faltar recursos para essas ações”.

Estiveram presentes na cerimônia de devolução dessa sexta-feira o auditor da Receita Federal Roberto Leonel, o presidente da Petrobras Pedro Parente, a procuradora chefe do MPF no Paraná Paula Thá, o coordenador da Lava Jato Deltan Dallagnol, a diretora do foro da Justiça Federal Gisele Lemke e o delegado da Polícia Federal Maurício Grillo.

Veja os valores devolvidos nessa sexta-feira:

Agosthilde Carvalho – R$ 561.075,76

Augusto Mendonça – R$ 3.654.544,12

Camargo Corrêa – R$ 13.496.160,51

Carioca Engenharia – R$ 4.514.549,36

Cid José Campos Barbosa da Silva – R$ 1.361.108,22

Dalton Avancini – R$ 615.214,86

Eduardo Leite – R$ 3.234.115,08

Eduardo Musa –R$ 2.491.703,88

Hamylton Padilha Junior – R$ 56.436.661,43

João Medeiros Ferraz – R$ 1.514.884,92

José Adolfo Pascowitch – R$ 8.061.648,61

Júlio Camargo – R$ 16.378.002,66

Luis Eduardo Campos Barbosa da Silva – R$ 3.221.368,12

Mário Frederico de Mondonça Góes – R$ 1.155.570,78

Milton Pascowitch – R$ 16.125.201,60

Pedro José Barusco Filho – R$ 41.535.289,50

Ricardo Ribeiro Pessoa – R$ 5.641.161,51

Roberto Trombeta – R$ 11.974.842,02

Rodrigo Morales – R$ 8.691.786,92

Shinko Nakandakari – R$ 1.061.455,05

Setal Óleo e Gás (SOG) – R$ 2.555.397,02

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