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Acusados de envolvimento no desvio de recursos da Caixa e do Ministério da Saúde chegam à sede da PF: prisão temporária. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Acusados de envolvimento no desvio de recursos da Caixa e do Ministério da Saúde chegam à sede da PF: prisão temporária.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Em sua 11.ª fase, a operação Lava Jato – que até então investigava apenas suspeitas de desvios ocorridos em contratos com a Petrobras – atingiu agora outros campos da administração pública, com a apuração de supostos esquemas de corrupção na Caixa Econômica Federal e no Ministério da Saúde. As investigações apontam que os desvios ocorriam a partir de contratos de publicidade.

Esta etapa da operação foi apelidada de “A Origem”, em referência às investigações que atingem ex-parlamentares, cujo envolvimento com o esquema do doleiro Alberto Youssef foi descoberto nas primeiras etapas da operação, no ano passado. O doleiro é o ponto central dos esquemas, “onde tudo começou”. Já em 2014, o ex-deputado André Vargas, por exemplo, vinha sendo apontado como parceiro de Youssef em esquemas de desvio de recursos.

A abrangência do foco das investigações já vinha sendo comentada pelas autoridades envolvidas na operação e foi destacada nesta sexta-feira (10) pelos delegados da Polícia Federal que coordenam a Lava Jato. “Parece que estamos diante de um modelo de negócio que se repete em muitas estatais. Já sabíamos que os desdobramentos da Lava Jato na Petrobras nos levariam a outros órgãos públicos”, disse Igor Romario de Paula, delegado da PF.

A expansão das buscas da Lava Jato para fora dos esquemas da Petrobras também já vinha sendo cogitada pelos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que cuidam do caso. “Nós temos informação de que isso [corrupção em outros órgãos] acontece. Aliás, muitas pessoas já diziam isso antes”, disse o procurador Deltan Dallagnol, um dos que coordena a investigação, no final do mês passado. O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou nesta sexta-feira (10) que a operação “ainda está no seu começo” e que outros órgãos serão atingidos. “Essa investigação vai nos levar a mares nunca dantes navegados”, afirmou.

Outros ramos

Além da Caixa Econômica e do Ministério da Saúde, a Lava Lato pode ir ainda mais além na busca por esquemas ilícitos na administração pública. Em seu despacho desta sexta, o juiz Sergio Moro, chama a atenção, por exemplo, para o fato de que as empresas que supostamente teriam pago propina para obter vantagens ilícitas em contratos nos dois casos, possuem ligações com tantos outros canais da administração.

Um dos exemplos citados por ele são os contratos que as empresas mantêm com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e a Celepar, companhia de processamento de dados do Paraná. “Somente no ano de 2013, por exemplo, a IT7 recebeu, da Caixa Econômica Federal, cerca de R$ 50 milhões”, diz Moro em seu despacho.

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