Vai ter Lava Jato e escândalos até na folia. Mas em forma de brincadeira e crítica. É que a corrupção que corrói o país vai virar tema do próximo carnaval na Marquês de Sapucaí e também na irreverência dos blocos de rua. No sambódromo, a Mocidade Independente de Padre Miguel vai apresentar uma alegoria com ratos gigantes, de colarinho e gravata, para simbolizar os escândalos que assolaram o país recentemente. O longo histórico de “maracutaias” nacionais também será lembrado em escolas como a São Clemente e a Unidos de Padre Miguel.
No caso da Mocidade, o carnavalesco Alexandre Louzada ressalta que a escola vai se ater aos fatos, não aos personagens das denúncias de corrupção. A agremiação vai lembrar os 400 anos de morte do espanhol Miguel de Cervantes, mas com uma leitura nada tradicional. Pegará o personagem mais conhecido do escritor, Dom Quixote de La Mancha, e o trará para o Brasil. Em terras verdes e amarelas, o cavaleiro imortalizado na literatura irá se deparar com um país, segundo Louzada, “entregue às moscas”.
Eduardo Cunha ganha máscaras de carnaval
Máscaras carnavalescas do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), já começaram a ser produzidas por uma das maiores fábricas do setor no país. O senador Delcídio Amaral, preso por tentar atrapalhar investigações da Operação Lava Jato, também deve ganhar a sua.
Logo no abre-alas, haverá uma referência à Petrobras, numa alusão aos esquemas ilícitos descobertos pela Lava Jato. Nos fundos do carro, plataformas de petróleo, com dragões em cima, vão demonstrar os desafios que Quixote terá de vencer. Em seguida, a terceira ala da verde e branca ganha o nome de inflação bombástica, para depois o desfile chegar à segunda alegoria, onde estarão os ratos gigantes, que sairão de dentro de um imenso queijo suíço sobrevoado por moscas. Louzada adianta que a história termina com um grande lava jato, assim como o nome da operação da Polícia Federal. Só que carnavalizado. “O lava jato que vamos mostrar é uma coisa mais positiva, lançando jatos de felicidade e esperança para lavar as manchas da história do Brasil.”
Críticas ácidas
Os blocos de carnaval também preparam suas críticas, algumas bem ácidas. Presidente da Sebastiana (Associação Independente dos Blocos da Zona Sul, Santa Teresa e Centro do Rio), Rita Fernandes diz que o momento político atual estará presente como tema de vários blocos.
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