Enquanto fogem do lobby de cartorários, policiais militares e centrais sindicais com o congelamento das PECs, os líderes partidários na Câmara abrem margem para a votação do Projeto de Lei 2.257/07, que legaliza bingos, videobingos e videoloterias no Brasil. O projeto entrou ontem pela primeira vez na pauta do plenário. Há possibilidade de o texto ser votado hoje.
De acordo com o presidente da Câmara, Michel Temer, a decisão de colocar a matéria em votação não partiu dele, mas da maioria das lideranças. "Eu retardei o quanto pude essa votação do projeto dos bingos, que está há muito tempo para ser apreciada. Mas há pleitos de quase todas as bancadas."
Temer disse que faz ressalvas à proposta, mas deu indícios de que a aprovação é quase inevitável. "O bingo, na sua origem, é quase um jogo familiar. Acontece que não é só o bingo; há outras espécies de jogos que entram nessa matéria. Há preocupações, mas eu espero que elas não se corporifiquem."
O principal receio é quanto à lavagem de dinheiro. De acordo com o relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça, deputado Régis de Oliveira (PSC-SP), as regras estabelecidas têm o máximo de rigor para coibir esse tipo de crime. "O projeto deixa claro que todas as movimentações das casas de jogo serão repassadas imediatamente à Receita Federal. Mas não dá para dizer que será uma atividade 100% sem lavagem de dinheiro, assim como qualquer outra praticada no Brasil."
Entre os 30 deputados paranaenses poucos admitem ser contrários à proposta. "Estão todos apostando nessa história de que dá para controlar legalmente os bingos. Eu acho que é algo que pode até começar bem, mas termina sempre muito mal", diz Marcelo Almeida (PMDB-PR). (AG)
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