O governador de São Paulo, Claudio Lembo, do PFL, voltou a recusar a oferta, reiterada nesta quarta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silvam, de envio de tropas ao estado para combate ao crime organizado. Lembo agradeceu ao presidente e disse entender que a função do Exército é a preservação da soberania nacional. Questionado se estaria sendo pressionado pelo Planalto a aceitar a ajuda da Força de Segurança Nacional, o governador disse entender que o presidente Lula está apenas querendo colaborar.

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- Ele só demonstra vontade de colaborar mais. Quando o presidente fala, eu respeito. Às vezes, fico constrangido quando outras figuras tentam se utilizar do episódio politicamente - afirmou o governador sem especificar a quem se referia.

Claudio Lembo disse ainda que vai conversar com o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, para que o debate sobre a questão não seja politizado, a exemplo da recomendação feita por Lula ao ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos.

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- Claro que vou conversar com ele. Vocês estão percebendo a minha posição neste momento e ela é de absoluto equilíbrio e tranqüilidade. Sou contra a politização dessa questão. Nem eu nem o presidente estamos politizando o assunto - afirmou.

O governador demonstrou preocupação com a saída temporária de presos no Dia dos Pais.

- É uma interrogação. Mas há de se aceitar a determinação do Poder Judiciário. Nem me cabe debater. Vou dar a cobertura necessária para que não ocorra nada a partir dessas liberações - declarou.

O governador paulista se reuniu com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves. O governador mineiro também disse que a questão da segurança pública deve ficar fora do debate eleitoral, mas criticou o governo de Lula. Segundo Aécio, o Planalto contingenciou a maior parte dos recursos do Fundo Nacional de Segurança, prejudicando todos os estados.

- Acho que o Lula poderia assumir o compromisso de liberar aas verbas aprovadas no orçamento. O governo federal tem se pautado em várias áreas, inclusive nessa (segurança), pelo improviso - afirmou Aécio.

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Lembo e Aécio disseram ainda estar confiantes em relação ao desempenho do candidato à presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, que caiu de 28% para 24% em intenções de voto na última pesquisa Datafolha, divulgada nesta terça-feira, e de 27,2% para 19,7%, pela pesquisa da CNT/Sensus.

- Se vocês perguntassem se a gente gostaria que fosse diferente, certamente diríamos sim. Mas, na política, se trabalha com serenidade. Nós confiamos que Alckmin tem um largo campo para crescer e temos convicção que vamos ao segundo turno - disse Aécio.