O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), elogiou as medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff (PT), que abriu uma linha de crédito para os governos estaduais de R$ 20 bilhões, via BNDES, afirmando que a União e os governos estaduais devem atuar juntos para superar os gargalos do país. O tucano considera que é por meio dos estados que o ritmo de crescimento econômico do Brasil será retomado.
As declarações foram dadas por Richa à Rádio CBN momentos antes da reunião entre a presidente e os governadores em Brasília. "Vejo [as medidas] com bons olhos, mas temos de ver os detalhes das propostas. Mas não há dúvida de que, por meio dos estados, a gente pode conseguir retomar o ritmo de crescimento, visto que os estados respondem pela maior fatia de investimento público do país", disse ele.
Apesar dos elogios, o tucano cobrou do governo federal uma solução para a guerra fiscal entre os estados o assunto não chegou a ser discutido no encontro. "É inconcebível um país que quer se desenvolver ainda tenha essa guerra entre seus estados. O governo federal precisa colocar um fim nessa situação que traz tantos prejuízos."
Queixas
A oferta de recursos foi classificada como positiva por governadores aliados e da oposição. Os governadores, no entanto, reclamaram do prazo de carência para o inicio do pagamento, definido pela equipe econômica em um ano. A ideia dos governadores é aumentar esse período para três ou quatro anos.
A queixa foi apresentada durante reunião com a presidente Dilma Rousseff, na qual ela discutiu as medidas para aquecer a economia dos estados. "Nós fizemos um registro de ampliação desse prazo de carência e o ministro Guido Mantega [Fazenda] vai atender algumas das sugestões apresentadas pelos governadores", disse o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) após o encontro.
Para o governador de Goiás, Marconi Perillo, o governo mostrou sensibilidade para rever essa questão. "Eu percebi que há uma possibilidade de mudar a carência. O prazo de pagamento de 20 anos é muito bom".
Verba para saneamento
As cobranças também se estenderam à necessidade de renegociação das dívidas dos estados com a União. "São dívidas impagáveis. Além da renegociação de um novo indexador, é preciso alongar os prazos de pagamento", argumentou Richa. "Também seria importante a desoneração no saneamento, porque todos os estados têm um déficit muito grande nessa área."
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