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O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse nesta segunda-feira que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, mentiu ao citar dados sobre geração de empregos nos governos Fernando Henrique e Lula. O ministro foi defendido pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e a discussão se transformou num acalorado bate-boca.

- Se o ministro não retificar o que disse, a partir de amanhã serei seu mais ferrenho opositor - esbravejou Virgílio, que apostou o próprio mandato contra os números de Palocci:

- Renuncio a meu mandato, que acabei de conquistar, e o presidente Lula renuncia a seu mandato cambaleante.

O ministro, na entrevista coletiva de domingo, afirmou que o governo Fernando Henrique gerou uma média de 8 mil empregos por mês, enquanto o governo Lula teria produzido mais de 100 mil vagas mensais. As estatísticas do líder tucano mostraram outra realidade. Virgílio afirmou que o governo passado gerou uma média de 58,5 mil empregos formais (com carteira assinada) por mês, e explicou que o atual governo obteve os números apresentados por Palocci porque houve mudança na metodologia para fazer essa medição.

- Se esses dados fossem verdade, o governo passado, em oito anos, teria gerado 768 mil empregos. Teria havido uma guerra civil, porque o PT e o MST estavam nas ruas - disse Virgílio.

- Quem falta com a verdade em estatística pode desprezá-la também em questões éticas - atacou.

Suplicy pegou o microfone quando Virgílio já saíra da tribuna. E elogiou a entrevista do ministro, repetindo os números. Virgílio ficou irritado, especialmente porque a oposição elogiara a conduta do ministro e ajudara a dissipar o clima de fim de governo instalado na sexta-feira, com as denúncias conta o ministro. E voltou rapidamente ao plenário. Aí iniciaram a discussão. O petista mal conseguia falar. Insistia em perguntar se Virgílio renunciaria. O tucano não desistiu.

- Ponho meu mandato contra o seu, que já está terminando. Vamos acabar de bobagem. Aturo essas tolices nos comícios do Lula, mas não aturo quando vêm de um homem com a responsabilidade do ministro da Fazenda. Isso é uma deslavada mentira, uma manipulação estatística sórdida e facista. Sustento meus números diante do Conselho de Ética. Sei que não vou perder meu mandato - contestou Virgílio, nervoso.

A briga só acabou com a intervenção do senador Mão Santa (PMDB-PI), que presidia a sessão e decidiu encerrá-la na marra:

- PT também quer dizer ponto final. PT. Está encerrada a sessão - afirmou Mão Santa, enquanto os colegas ainda berravam.

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