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Pedro Paulo é secretário da prefeitura do Rio e nome do PMDB para suceder Eduardo Paes. | J.P.Engelbrecht /PCRJ
Pedro Paulo é secretário da prefeitura do Rio e nome do PMDB para suceder Eduardo Paes.| Foto: J.P.Engelbrecht /PCRJ

Relatora da Lei Maria da Penha na Câmara, em 2006, a líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), classificou como infelizes tanto as declarações do secretário de Governo do município, Pedro Paulo — de que sua agressão à ex-mulher não se enquadra na lei — como as do prefeito Eduardo Paes, de que o problema é particular do casal. Ambos são do PMDB.

“Quando relatei a lei, disse que em briga de marido e mulher se mete a colher sim. Na verdade, deixou de ser uma questão do mundo privado e passou a ser um tema amplo da sociedade. As declarações do Pedro Paulo e do prefeito não foram felizes”, disse.

A decisão do prefeito de manter a candidatura de Pedro Paulo, à sua sucessão, mesmo depois da confessada dupla agressão à ex-mulher, Alexandra Marcondes, divide lideranças femininas aliadas. Pedro Paulo recebeu duras críticas de duas senadoras, principalmente de Simone Tebet (MS), presidente da Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher, mas teve solidariedade da presidente do PMDB Mulher, F átima Pelaes, e de outras correligionárias.

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“Mais do que constrangimento, esse caso do secretário é um péssimo exemplo em um partido que sempre lutou pela democracia e justiça social, diante de uma realidade terrível. O caso dele não é de homicídio. Mas a violência doméstica leva ao homicídio na maioria dos casos. Não me interessa se o secretário vai ser enquadrado na Lei Maria da Penha. O que interessa é que é um agressor confesso e o mínimo que podia fazer era dizer: eu preciso ser punido. E a punição maior seria perder a candidatura”, defendeu Simone Tebet.

Já a presidente nacional do PMDB Mulher, Fátima Pelaes, relativizou a situação vivida pelo correligionário carioca: “O núcleo estadual, que conhece mais a situação, entende que ele pode ser reabilitado. Nada justifica a violência, é inaceitável a agressão em qualquer tempo, mas há uma segunda chance”.

No Rio, as agressões de Pedro Paulo não comoveram a bancada feminina do PMDB. Presidente da seção estadual do PMDB mulher, Kátia Lôbo recusou-se a conversar. “Não tenho nada para falar sobre isso”, afirmou, antes de desligar o telefone.

A presidente da Comissão Mista de Orçamento, senadora Rose de Freitas (ES) se mostrou revoltada com a demora de Paes em sepultar o projeto Pedro Paulo: “Me recuso a tratar isso como uma questão partidária. É uma questão de Direitos Humanos inaceitável. O Eduardo Paes não tem que esperar a sociedade reagir, é um contencioso que fica para sempre. O próprio Pedro Paulo deveria se considerar sem condições de ser candidato. Quebra o pau na mulher e não quer que a gente fale?”

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Procurada, a senadora Marta Suplicy (SP), histórica defensora dos direitos femininos, solidarizou-se às mulheres, por e-mail, sem mencionar Pedro Paulo: “Fui e sou sempre solidária à luta e ao direito das mulheres, principalmente contra essa chaga que é a violência”.

Para a deputada Laura Carneiro (RJ) o assunto está superado: “O trabalho dele como Executivo, 20 anos de atuação, não pode estar atrelado a uma questão pessoal. Na política, há coisas boas e coisas ruins, ou se está no barco, ou não. E eu estou”.

Abordada em evento em Brasília, a titular da pasta que abarcou a antiga Secretaria de Políticas para Mulheres, Nilma Lino, recusou-se a tratar do assunto.

Para a vereadora Verônica Costa, Pedro Paulo é o “mais indicado” para suceder Paes: “É difícil acreditar [nas agressões]. É melhor esperar a Justiça se posicionar. Não é o perfil do Pedro, não o vejo assim.

A vereadora Leila do Flamengo também evitou críticas. “Por lealdade, preferia não me pronunciar. Me preocupo em não machucar quem me deu apoio”, disse a vereadora.

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