Com a saída de Alexandre de Moraes do comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública, as conversas sobre quem será o substituto na pasta têm movimentado os bastidores em Brasília. No rol de cotados até aqui, aparecem com mais força os nomes da advogada-geral da União, Grace Mendonça, o de José Beltrame, ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, e do advogado criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira. Mas a bancada do PMDB no Congresso Nacional também anda oferecendo nomes ao presidente da República Michel Temer. O lobby do grupo gira em torno de dois deputados federais com formação em Direito: Rodrigo Pacheco, de Minas Gerais, e Osmar Serraglio, que é da bancada do Paraná.
A mesma dupla disputou no ano passado o comando do principal colegiado permanente da Câmara dos Deputados, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que acabou ficando nas mãos do paranaense. Na época, Pacheco tinha o apoio do então líder do PMDB, Leonardo Picciani, atual ministro dos Esportes. Mas, ligado à ala da sigla contrária ao impeachment de Dilma Rousseff (PT), Picciani não teve força para indicar Pacheco, que exerce seu primeiro mandato na Casa. Amparado pelo grupo pró-impeachment, Serraglio assumiu a CCJ, onde permaneceu até o último dia 31.
Serraglio disputou vice-presidência da Câmara
Na semana passada, com o fim do recesso parlamentar, Serraglio enfrentou nova disputa interna, de olho na vice-presidência da Câmara dos Deputados, mas acabou derrotado por Fábio Ramalho (MG).
Quase dez peemedebistas queriam a cadeira, mas apenas um nome, Lúcio Vieira Lima (BA), foi oficialmente indicado para disputar a eleição no plenário como representante da bancada do PMDB. O parlamentar da Bahia, contudo, amargou um terceiro lugar na votação do plenário. Candidatos avulsos, ou seja, sem o apoio formal da própria sigla, os peemedebistas Fábio Ramalho e Serraglio foram para o segundo turno, com a vitória do mineiro.
Preterido, Serraglio demonstrou irritação após a derrota, alegando que Fabinho, como é chamado o parlamentar de Minas Gerais, teria obtido mais votos graças às comilanças semanais que oferece aos parlamentares.
Ex-aluno de Temer e apoio da bancada ruralista
Na disputa recente pela vice-presidência da Câmara dos Deputados, Serraglio contava principalmente com o apoio da bancada ruralista e de colegas da CCJ. A fama de outrora, como um relator equilibrado na “CPMI dos Correios”, também teria o ajudado a conquistar votos na Casa. Em seu quinto mandato como deputado federal, sempre pelo PMDB, Serraglio já ocupou um cargo importante na Mesa Diretora, o de primeiro-secretário, responsável pela administração da Casa. Sua vitória para a cadeira, no ano de 2007, foi atribuída ao trabalho do parlamentar nas investigações do Mensalão.
Agora, Serraglio tem preferido não se manifestar à imprensa sobre a possibilidade de ter o currículo analisado pelo presidente Temer, com quem tem uma boa relação. Serraglio já foi aluno de Michel Temer, como gosta de lembrar o próprio paranaense, durante o curso de mestrado que fez em São Paulo, na década de 80. À frente da CCJ em 2016, Serraglio se manteve fiel ao chefe do Executivo, garantindo, por exemplo, a admissibilidade do texto da Reforma da Previdência ainda no final do ano passado.
PMDB quer mais espaço
De acordo com fontes do Planalto, o presidente Temer “não tem pressa” em indicar o substituto de Alexandre de Moraes, que ainda precisa enfrentar uma sabatina no Senado antes de ser nomeado para o Supremo Tribunal Federal (STF), no lugar de Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo no mês passado.
As mesmas fontes, contudo, admitem a pressão do PMDB para indicar o novo ministro da Justiça e Segurança Pública. O partido de Michel Temer anda insatisfeito com o espaço que detém na Esplanada dos Ministérios, especialmente após a confirmação do tucano Antonio Imbassahy para a Secretaria de Governo, na semana passada.
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