O lobista Zwi Skornicki, delator da Operação Lava Jato, vai pagar multa de US$ 23,8 milhões (R$ 75.822.040 milhões) e entregar 48 obras de arte. A multa será paga com o dinheiro que está depositado em contas bancárias de cinco off shores na Suíça controladas pelo distribuidor de propinas. Na lista de obras de arte estão peças de Salvador Dalí, Carlos Vergara, Vik Muniz e Cícero Dias.
Os US$ 23,8 milhões serão pagos a contas indicadas pelo Ministério Público Federal e destinados “à razão de 90% ao ressarcimento da empresa Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras, e 10% aos órgãos de persecução penal”.
A delação do lobista foi homologada em 6 de outubro pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento aponta que a delação de Zwi tem 24 depoimentos e relata “diversas ações realizadas com o intuito de lavar dinheiro de propina paga em razões de negócios firmados com a Petrobras”.
À Procuradoria-Geral da República, Skornicki declarou que pagou propina para o deputado Luiz Sérgio (PT) para não ser convocado para a CPI da Petrobras em 2015. O petista era o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigava fraudes na estatal petrolífera. Luiz Sérgio nega as acusações.
O acordo de colaboração premiada de Zwi estabelece a condenação à pena unificada máxima de 15 ano de reclusão. O cumprimento, segundo o acordo, será de 173 dias em regime fechado, descontado o tempo que o lobista ficou preso na Lava Jato, seis meses em custódia fechada domiciliar com tornozeleira eletrônica, um ano em regime aberto domiciliar “com obrigação de permanecer recolhido nos dias úteis no período noturno, das 21h às 6h, em finais de semana e feriados, e 3 anos e 6 meses de pena restritiva de direito, com prestação de serviços à comunidade.”
“Ocorrendo quebra ou rescisão do acordo imputável ao colaborador (ZWI), voltarão a correr todos os feitos e procedimentos suspensos em razão do acordo”, determina o documento.
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