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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não pretende, por enquanto, tomar medidas mais duras contra a Bolívia por causa da decisão do governo Evo Morales de "nacionalizar" o caixa das refinarias da Petrobras instaladas naquele país.

- Eu não briguei com o Bush, por que é que eu vou brigar com o Evo Morales? - disse Lula ao Jornal da Band, na série de entrevistas da emissora com candidatos à presidência da República.

Lula disse ainda que a decisão da Bolívia está "congelada". Ele afirmou que o assessor internacional da presidência Marco Aurélio Garcia entrou em contato com o vice-presidente da Bolívia e foi informado de que "a atitude já está congelada".

Lula não deu mais detalhes sobre o assunto. Diante da insistência do entrevistador, o presidente-canditato repetiu que as medidas "estão congeladas".

- Eles vão congelar essa medida, porque qualquer coisa que acontecer à Petrobras tem que ser negociada com o governo - disse Lula.

A declaração de Lula foi dada poucos instantes depois de o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmar, em entrevista no Rio, que a decisão do governo Morales inviabiliza as refinarias da estatal brasileira na Bolívia . Segundo Gabrielli, a Petrobras tomará todas as medidas possíveis contra a decisão e exigirá ressarcimento do governio boliviano.

O discurso de Lula, no entanto, foi mais ameno:

- Certamente, os candidatos estão falando que o presidente deveria atacar e fazer um monte de coisas com a Bolívia. Eu conheço bem a Bolívia; conheço a Bolívia antes do Evo Morales, conheço o povo da Bolívia, conheço o movimento sindical da Bolívia, conheço a situação econômica da Bolívia, e desde que aconteceu esse episódio, nós temos tratado isso com o presidente Evo Morales; temos mandado várias delegações à Bolívia e nós achamos que é assim que temos de resolver o nosso problema de diplomacia com a Bolívia.

O presidente, no entanto, disse que "se a Bolívia teimar em tomar atitudes unilaterais, obviamente o Brasil vai ter que pensar em como fazer uma coisa mais dura com a Bolívia".

- Mas eu confesso a vocês que vou trabalhar,o Celso Amorim vai trabalhar, a Petrobras vai trabalhar, o ministro das Minas e Energia vai trabalhar para que a gente resolva essa situação de fiorma tranqüila, porque a Bolívia é um país muito pobre, aquele povo precisa de ajuda do Brasil e o Brasil precisa ajudar a Bolívia a se desenvolver.

Segundo Lula, "aquele povo demorou muito para chegar ao poder e acho que o Evo Morales vai ter que fazer a concertação interna necessária para poder fazer uma política internacional mais consistente".

- Temos que olhar para eles com olhar de economia maior e ajudá-los a se desenvolver. Eu não briguei com o Bush, por que é que eu vou brigar com o Evo Morales? - afirmou Lula.

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