Presidente Lula visita obras nesta sexta em Araucária, Curitiba e Londrina
- RPC TV
A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Paraná nesta sexta-feira (12) serviu também para alinhar apoios políticos à candidatura presidencial de Dilma Rousseff. O presidente afirmou que todo candidato que quiser governar o Brasil precisa ter um bom relacionamento com o Paraná. Pela manhã, Lula visitou obras de ampliação na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na região metropolitana.
Durante a tarde, o presidente e a comitiva conheceram a fábrica da Positivo Informática, em Curitiba. Depois, Lula embarcou para Londrina, no Norte do Paraná. Ele desembarcou na cidade as 17h30.
Na Repar, o governador Roberto Requião (PMDB) foi vaiado durante seu discurso. "Eu não consegui entender as vaias que alguns palhaços tentaram puxar contra mim. Esta é a última coisa que eu esperava que fosse acontecer em uma empresa nacional", rebateu.
A composição da mesa de autoridades para discursar também gerou certo desconforto entre o governador e o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo. Lula fez questão que os dois sentassem ao lado dele. Na última sexta-feira (5) Bernardo entrou com uma ação civil na Justiça contra Requião.
O governador acusou o ministro de ter utilizado dinheiro público para comprar uma rádio e de ter superfaturado o valor de um ramal ferroviário que seria construído na região de Guarapuava. A indenização pedida por Bernardo é de R$ 100 mil. A briga entre os dois virou pública com o governador atacando o ministro pelo microblog Twitter e durante algumas transmissões da Escola de Governo.
A presença de Lula não fez o mal-estar Requião e Bernardo diminuir. Na mesa das autoridades os dois políticos não se cumprimentaram nem se olharam durante o tempo que permaneceram lado a lado.
Durante a tarde o governador comentou a situação pelo Twitter. "Tive oportunidade de explicar ao Lula e a Dilma a proposta imoral dos dois Bernardos sobre o ramal Guarapuava-Ypiranga. Mais uma vez", disse Requião.
Atraso e campanha
No início da manhã desta sexta o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, ficou fechado por cerca de 2 horas, em razão de um forte nevoeiro. Com isso, o voo trazendo o presidente Lula e a comitiva demorou para decolar da base aérea de Brasília. O avião presidencial pousou às 9h55.
Já na chegada ao Afonso Pena o presidente concedeu uma entrevista ao deputado estadual Luiz Carlos Martins (PDT) na Rádio Banda B. A conversa durou cerca de 40 minutos e depois o presidente seguiu de helicóptero para a Repar, onde chegou por volta das 11h15. Na entrevista no Afonso Pena o presidente afirmou que a intenção do PT é fazer uma grande aliança em torno da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
"Qualquer um que queira governar o Brasil tem que passar pelo Paraná", disse. O presidente reconheceu, no entanto, a dificuldade de uma unificação de outros partidos em torno de uma candidatura. "Isso é fácil de falar, mas muito difícil de fazer. Se Dilma for mesmo a candidata, ela tem que manter relações com o Paraná, ter um bom relacionamento com o governador Requião e com outros partidos", afirmou.
O presidente disse que não é apenas no Paraná que haverá dificuldades para as alianças políticas. "Quando existe mais de um candidato ao governo surgem complicações para alianças, mas isso é bom para a democracia. Acredito que sempre devemos manter a boa relação que construímos no passado", afirmou. O governador Roberto Requião (PMDB) e o vice Orlando Pessuti acompanharam a entrevista com o presidente Lula.
Obras paradas e fiscalização
O presidente criticou os órgãos de fiscalização e a burocracia que existe atualmente no país. Ao ser questionado se o Paraná perdeu muitos recursos, em razão de obras federais paradas, Lula disse que isso aconteceu no Brasil inteiro. "Muitas vezes aparecem suspeitas e param as obras por oito meses, depois descobrem que não tinha nada de errado. E quem paga o prejuízo de uma obra parada?", indagou.
Lula disse que o excesso de burocracia o irrita profundamente. "No Estado você tem uma máquina de execução mal remunerada e uma máquina de fiscalização altamente modernizada. Precisa existir um equilíbrio", afirmou. O presidente defendeu que sejam criadas normas que regularizem as fiscalizações de obras.
Irregularidades
Na Repar, cinco dos seis empreendimentos que Lula irá inaugurar foram considerados irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Os projetos foram incluídos no Anexo 6 da Lei Orçamentária de 2010 seção que lista obras e serviços com indícios de irregularidades graves. Por isso, tiveram recursos bloqueados pelo Congresso em dezembro. Em janeiro, no entanto, Lula vetou a proibição de repassar recursos para essas obras, garantindo que continuassem a receber dinheiro federal.
No discurso que fez na Repar Lula afirmou que se as obras continuassem paradas seriam mandados 11 mil trabalhadores embora. "Quando eu desci do ônibus e vi toda essa peãozada eu senti orgulho. Não tem nada mais importante na vida que um homem ou mulher conseguir o pão com o trabalho", disse. Caso todas as obras da Petrobras continuassem paradas seriam mandados 27 mil trabalhadores embora no Brasil inteiro.
Lula voltou a criticar os órgãos fiscalizadores brasileiros. "Se tiver que fiscalizar que se fiscalize, se tiver que apurar, que se apure, mas não dá para mandar 27 mil trabalhadores para rua só porque alguém desconfia de alguma coisa", disse.
Lula deixou a Repar por volta das 13h40 e seguiu para fábrica de placa-mãe e à linha de montagem de computadores da Positivo Informática. A empresa mantém um projeto de inclusão digital com o governo federal. À tarde, por volta das 16h, irá para Londrina (Norte), onde irá inaugurar a ampliação do serviço de call center da Dedic, uma empresa administrada pelo grupo Portugal Telecom que presta atendimento para os clientes da operadora de celular Vivo.
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