O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou pouco depois das 11h ao Cemitério Gethsêmani, na Zona Sul de São Paulo, onde é velado o corpo do proprietário do Grupo Folha, Octávio Frias de Oliveira, na manhã desta segunda-feira (30).
Lula não quis falar com a imprensa quando chegou, mas há pouco disse que "a perda é praticamente irreparável para a imprensa brasileira". Lula contou que teve "a oportunidade de conviver com este homem nos últimos 30 anos e de saber a importância dele para a consolidação do processo democrático dentro do seu jornal e conseqüentemente na sociedade."
O presidente completou afirmando que "a virtude da Folha era esta: sempre se pautou por não ser chapa branca, mas também não deixava de reconhecer as coisas boas que o governo fazia. Ao mesmo tempo em que fazia críticas, sabia falar das coisas boas que as pessoas fazem no país".
O ministro Franklin Martins (Comunicação Social) chegou ao velório junto com o presidente. E a ministra Marta Suplicy (Turismo) também foi ao cemitério.
Pouco antes da chegada do presidente Lula, chegaram ao cemitério o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o prefeito, Gilberto Kassab (DEM).
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também foi ao cemitério. "Eu o conheci num momento difícil. Ele tinha muita energia, perseverança, coragem. Tinha espírito independente. Era sarcástico e irônico. E tinha duas paixões: a Folha e a família", disse o ex-presidente.
O jornalista Ruy Mesquita, diretor responsável de O Estado de S. Paulo, também foi ao velório de Frias. "Ele foi um grande empreendedor. Transformou um jornal decadente e inexpressivo em um dos maiores jornais do país."
O rabino Henry Sobel também chegou ao cemitério por volta das 11h: "Octavio Frias enriqueceu a democracia brasileira".
Um dos primeiros a chegar ao velório foi o jornalista Boris Casoy, que foi editor-chefe do jornal Folha de S.Paulo e trabalhou com Frias entre 1977 e 1984. "Seu Frias era uma figura ímpar", disse.
O cartunista Maurício de Souza, que tem tiras publicadas na Folha de S. Paulo, também compareceu e disse que Frias poderia ser considerado o "padrinho da Turma da Mônica".
Adeus
Morreu na tarde de domingo (29) em São Paulo o empresário Octavio Frias de Oliveira, 94 anos, proprietário do Grupo Folha, responsável pelo jornal Folha de S.Paulo.
O empresário deixa a viúva, Dagmar Frias de Oliveira, e os filhos Maria Helena, Otavio, Maria Cristina e Luís.
Carreira
Depois de atuar no serviço público e nos ramos financeiro e imobiliário, Frias adquiriu a Folha de S.Paulo em 1962. O jornal, reorganizado, virou a base de um grupo de mídia que inclui o diário "Agora", o Instituto Datafolha e o diário econômico "Valor", em parceria com as Organizações Globo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em nota divulgada na noite de domingo, afirmou que "com a morte de Octavio Frias de Oliveira, o Brasil perde um dos seus mais lúcidos e destacados homens de imprensa". A nota diz ainda que Lula tinha por Frias "grande respeito e carinho".
Durante a missa de posse do novo arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (DEM) elogiou Frias, a quem classificou de "grande homem". "Frias foi um grande nome no processo de democratização do Brasil", disse Kassab.
A notícia da morte de Frias Filho chegou durante a posse do novo arcebispo metropolitano de São Paulo, na Catedral da Sé. "Minhas palavras de condolência à família e a toda a equipe do jornal de toda a empresa. É uma notícia triste neste final de celebração", disse Dom Odilo Scherer
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), lamentou a morte do empresário. Por meio de sua assessoria de imprensa, Renan, que se encontra em Alagoas, informou que, em nome do Senado Federal, envia os sentimentos à familia.
O presidente do Senado diz ainda, segundo a assessoria, que "o país e a imprensa brasileira sentem falta do Dr. Octavio, que não era apenas um grande jornalista, mas um empreendedor da imprensa, um homem de visão que tornou o jornal Folha de S.Paulo num dos principais jornais brasileiros".
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