O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a realização do comício da candidata petista à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, para criticar o comportamento do governador José Serra em relação à greve dos policiais civis do Estado. "Quem não quer ser cobrado pelo povo, que não seja governo, porque o povo cobra", disse ele, destacando que também sofre cobranças da população. Isso, na visão dele, é um processo do fortalecimento da democracia brasileira. Lula também criticou a tentativa do governador de São Paulo de associar o PT ao movimento grevista dos policiais civis. "Eu espero que, em algum momento, o governador de São Paulo peça desculpas por esta heresia".
Principal aliado do atual prefeito e candidato à reeleição Gilberto Kassab (DEM) na disputa eleitoral, Serra afirmou esta semana "não ter dúvida nenhuma" de que as manifestações de policiais diante da sede do governo "tinham a participação ativa da CUT, que é ligada ao PT, e da Força Sindical, ligada ao PDT"
Durante o comício de hoje, realizado na Casa de Portugal, no bairro da Liberdade, centro de São Paulo, Lula pediu que os militantes da campanha de Marta Suplicy busquem novos votos para a candidata nas ruas. Ele sugeriu que os militantes façam como algumas redes de varejo do País, cujos vendedores batem palmas em frente às portas das casas para atrair as pessoas. Por fim, Lula lembrou que seu aniversário será no próximo dia 27 - um dia depois da realização do segundo turno das eleições municipais - e pediu a vitória de Marta como presente da população de São Paulo.
Lula disse que Marta tem sido vítima de preconceito e, indiretamente, se referiu à propaganda eleitoral do PT que perguntava se Kassab era casado e tinha filhos. "Dizem agora que essa mulher é contra os homossexuais, justamente ela, que, quando havia preconceito, estava na TV Mulher defendendo as minorias", disse. "Eu ainda vou criar o Dia da Hipocrisia neste País", afirmou.
Marta, falando antes do presidente, destacou que a vitória do PT em São Paulo teria um grande efeito para o cenário político do País. "Eles não querem perder a última trincheira que têm neste País, que é São Paulo". O presidente Lula, por sua vez, ao comentar as últimas pesquisas de opinião que continuam mostrando vantagem de Kassab sobre Marta na disputa para a prefeitura de São Paulo, disse que "há tempo suficiente para ocupar cada rua desta cidade para conversar com os eleitores", indicando que acredita que a atuação dos militantes ainda poderia virar o jogo.
Marta afirmou que tem o apoio dos movimentos sindicais e sociais de São Paulo. "Se não houver organização dos movimentos sociais, nem São Paulo nem nenhum outro lugar do País caminha".
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