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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desconversou nesta terça-feira sobre a possibilidade de o deputado Reinhold Stephanes (PMDB-PR), ministro da Previdência do governo FH, já estar confirmado no Ministério da Agricultura.

- Não estou pensando nisso hoje, só vou pensar amanhã (referindo-se a esta quarta-feira) - disse Lula, que cumpriu nesta terça-feira agenda em Goiás.

Depois do fiasco da escolha do deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR) para o Ministério da Agricultura, Lula pediu prazo ao PMDB para decidir sobre o escolhido a partir de uma lista apresentadas pelo partido. Balbinotti, alvo de uma ação do Supremo Tribunal Federal (STF), desistiu de ser ministro no dia em que uma reportagem do jornal "O Globo" mostrou que ele usou laranjas para conseguir empréstimos bancários.

- Seria útil que fizesse (a investigação). Teria a certeza absoluta que não há problema nenhum - afirmou Temer, admitindo que Lula adiou a decisão para não correr o risco de escolher um ministro com problemas na Justiça.

Agora, Lula fará algumas consultas, inclusive ao ex-ministro Roberto Rodrigues e ao governador do Paraná, Roberto Requião. A lista do PMDB, que continha inicialmente sete nomes, foi reduzida a quatro: além de Stephanes, Waldemir Moka (MS), Eunicio Oliveira (CE) e Tadeu Filippelli (DF). Segundo um dos presentes, o perfil que mais agradou a Lula foi o de Stephanes. A lista incluía também os deputados Moacir Micheletto (PMDB-PR), Valdir Colatto (PMDB-SC) e Fernando Diniz (PMDB-MG).

Em visita nesta terça à fábrica da Perdigão em Mineiros (GO), Lula ouviu do presidente da empresa, Neildemar Secchis, que o setor não está interessado nos nomes que constam da lista, e sim, que o escolhido, quem quer que seja, comprometa-se com investimentos em ações preventivas no setor.

- O setor sofreu sérios prejuízos por causa da febre aftosa. Existem falhas sanitárias e isso precisa ser uma prioridade para os proximos anos - afirmou.

União entre os ministeriáveis

Antes de levar os nomes para o presidente, Temer e Henrique fizeram uma reunião com os ministeriáveis, para pedir que fizessem um pacto de unidade, independentemente de quem fosse escolhido. Mas, pelo discurso de Temer e de Henrique, os candidatos deixaram o encontro, à tarde, com a certeza de que a escolha recairia sobre Stephanes.

- O Blairo (Maggi, governador de Mato Grosso) colocou duas alternativas novas: o Reinhold e o Moacir Micheleto. É a força do agronegócio. O Ministério da Agricultura está acertado com o Blairo desde a campanha, e o presidente quer uma solução para agradar aos dois lados, o PMDB e o governador — desabafou um dos candidatos presentes, antes do resultado do encontro com Lula.

Desenvolvimento ainda sem nomes

Lula ainda não encontrou substituto para Luiz Fernando Furlan, que deixará o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. É o único ministério totalmente em aberto. O empresário Jorge Gerdau e o executivo Maurício Botelho, presidente da Embraer, foram sondados, mas os contatos não prosperaram. A ida já confirmada de Walfrido Mares Guia para o Ministério das Relações Institucionais abriu espaço para a entrada da ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT) no Ministério do Turismo .

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