O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (8), em Mato Grosso do Sul, estar "convencido" de que PT e PMDB formarão uma aliança nacional para as eleições no ano que vem.
"Quando fiz aliança com o PMDB em 2006 disse que não tínhamos um compromisso eleitoral para 2010, que essas coisas o tempo iria se encarregar de construir. Hoje tenho clareza que estamos próximos de consolidar uma aliança nacional com o PMDB", disse Lula, ao lado do governador do estado, André Puccinelli (PMDB), durante entrevista coletiva após a inauguração de uma estação ferroviária em Indubrasil (MS).
Lula ressalvou, no entanto, que uma possível aliança levaria em conta divergências regionais.
"No estado de Pernambuco, por exemplo, é impossível imaginar uma aliança PT-PMDB. No Rio Grande do Sul já é mais ou menos possível, mas em Pernambuco tem o [senador] Jarbas Vasconcelos, certamente PT e PSB vão se confrontar com o PMDB. Aqui [Mato Grosso do Sul], eu sinto que há uma extraordinária vontade de muita gente do PMDB e do PT. Mas isso é que nem casamento: se o noivo é precipitado e vai de forma muito afoita tentar conquistar a noiva, pode quebrar a cara."
Brasil-Paraguai
Durante a entrevista, Lula, que viajou ao Mato Grosso do Sul acompanhado do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, negou que o encontro com o colega, que não resultou em acordo sobre a usina de Itaipu, tenha tido resultado frustrante.
"Não há nenhum razão para frustração. Sempre discutimos temas sensíveis aos dois países e muitas vezes os acordos são demorados. Normalmente se cria muita expectativa e as coisas que não acontecem imediatamente parecem frustrantes. Mas acho que Lugo saiu daqui satisfeito de que o Brasil tem boa vontade para com o Paraguai", disse.
Poupança
O presidente evitou abordar as mudanças nas regras da poupança, anunciadas em meados de abril pelo governo para impedir que ela se torne atraente para grandes investidores.
"Não posso ser irresponsável para falar da proposta. Vou esperar que equipe econômica, quando decidir, me apresente uma proposta."
Lula assegurou, no entanto, que "os pobres não perderão nada nesse país".
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