O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na quinta-feira (27), em Florianópolis, que o Brasil terá "autoridade moral" na reunião do G-20, que acontecerá no dia 2 de abril em Londres. "Este país tão humilde e tão achincalhado, quando sentar à mesa do G-20 terá mais autoridade moral para falar como se cuida de um país", acentuou. Segundo ele, o Brasil tem a solidez que outros países não têm. "Vamos levar o Brasil como exemplo", proclamou.
"Graças a Deus não privatizamos o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)", afirmou. "Se os Estados Unidos ou a Alemanha tivessem 50% dos créditos internos em bancos públicos certamente não estariam passando pela crise que estão passando por falta de crédito." De acordo com Lula, da reunião precisa sair uma "decisão muito forte" a respeito da regulamentação do sistema financeiro internacional. "Qualquer cidadão presta contas à sociedade e o sistema financeiro não prestava contas", criticou.
Segundo ele, por muitos anos os bancos deram palpite no Brasil, "como se fôssemos um bando de analfabetos e eles fossem graduados, doutorados para cuidar do Brasil." Mas reservou também uma crítica aos próprios brasileiros. "No Brasil tem um tipo de gente que adora puxar saco de coisas estrangeiras e falar mal das coisas brasileiras", afirmou. "Temos problemas porque não estamos isolados no mundo, mas não podemos aceitar o protecionismo daqueles que há 20 anos dizem que é preciso acabar com protecionismo e criar o livre mercado, não podemos aceitar a ideia dos que pregaram livre mercado durante 30 anos e agora dizem que tem que fazer proteção", acrescentou. "Vamos jogar o jogo sério, porque os grandes estão com a crise maior, mas os pequenos sofrem mais.
Lula fez as declarações em Santa Catarina, onde participou, ao lado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, da inauguração de uma linha de transmissão de energia submarina ligando o continente à ilha de Florianópolis.
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