O presidente Luiz Inácio da Silva voltou a falar sobre a crise política, nesta quarta-feira, numa cerimônia em Garanhuns, no Sertão de Pernambuco. Lula foi até sua cidade natal para o lançamento do programa Safra de Agricultura Familiar para o próximo ano. Num discurso inflamado, o presidente disse que não deve a sua eleição a ninguém e pediu justiça a todos os envolvidos em casos de corrupção investigados pelas CPIs.
- Nós estamos vivendo uma crise política em que todo dia tem uma denúncia aqui, uma denúncia ali. Até agora, como não tem o resultado da CPI, vamos aguardar porque a CPI é uma coisa importante para a investigação. Eu só espero que quando terminar a CPI os culpados sejam entregues num processo ao Ministério Público para serem processados. Espero que o Ministério Público mova uma ação e quem tiver que pagar, pagará. Seja do PT, seja católico ou seja evangélico, seja do PMDB. Não tem cor, não tem raça, não tem sexo e não tem ideologia. Todos precisam pagar.
E continuou:
- Mas também eu peço que aqueles que não cometeram nenhum delito e que seus nomes ocuparam as manchetes dos jornais, na hora que for provado que eles são inocentes, que, pelo menos, a imprensa brasileira divulgue e que peça desculpas aqueles que foram acusados injustamente. A única coisa que um presidente da República pode querer é que haja justiça.
Lula voltou a falar em reeleição, dizendo que ninguém pode impedi-lo de concorrer novamente. E provocou seus adversários:
- Eu não devo a minha eleição a favor de ninguém. Devo minha eleição ao povo deste país que acreditou e que votou. Na Constituinte, votei para não ter reeleição. Agora, dizer "eu não posso concorrer " com base em que? Com medo de que eu possa provar que em quatro anos eu consegui fazer o que eles fizeram em oito anos? E eu vou dizer para vocês. Se eu for, com ódio ou sem ódio, eles vão ter que me engolir outra vez porque o povo brasileiro vai querer.
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