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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, em entrevista exclusiva à agência Reuters, que vai manter a política econômica se for reeleito em outubro, apesar dos protestos de uma ala mais à esquerda do PT. Lula prevê um crescimento econômico de 5% em 2007, superando os 4% previstos para este ano, e o fraco resultado de 3,2% em 2005.

O presidente ressaltou que a linha econômica do governo independe da continuidade dos atuais ministros:

- A gente tem a mania de acreditar que no Brasil existe uma política de ministros. Nós temos uma política de governo. Quem quer que seja o ministro do Trabalho, ou da Fazenda, vai cumprir as determinações do governo – afirmou o presidente.

Na entrevista, Lula minimizou as pesquisas de opinião que revelaram que houve uma diminuição de sua vantagem sobre o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, candidato do PSDB. Segundo ele, a campanha política só deve começar a se definir em agosto. E deu pistas do que pretende explorar em seus discursos:

- Para nós, as bases para um novo ciclo de crescimento sustentável estão assentadas - disse Lula, enumerando os resultados de seu governo.

Democracia

O governo Lula não teve uma clara maioria no Congresso e a situação pode ficar ainda pior, porque após os escândalos envolvendo o PT em 2005, a legenda deve perder muitas cadeiras nessas eleições. Mas isso não parece preocupar o presidente. Ele afirmou que na atual legislatura o partido teve uma importante participação.

- Isso é a democracia, não devemos ter medo dela. O nosso país já foi muito pior quando o Congresso foi fechado durante o Regime Militar, que combati – lembrou.

O presidente também tranquiliza aqueles que estão preocupados com um possível retorno à sua plataforma esquerdista, como uma maneira de agradar aos eleitores que o ajudaram a se eleger em 2002, mas que acabaram decepcionados com sua política econômica conservadora.

- Não há motivos para mudanças. As coisas estão perfeitas. Nós queremos diminuir o risco-país, queremos crescer mais, gerar mais empregos – disse.

E acrescentou:

- Nunca fui esquerdista - disse, mesmo tendo defendido, por décadas, a suspensão do pagamento da dívida brasileira e o rompimento com o FMI.

Ainda como parte de sua campanha de reeleição, Lula disse que está ansioso para mostrar a liderança de seu governo em criar um acordo na rodada de Doha, uma importante etapa nas negociações para a liberalização do comércio promovida pela Organização Mundial de Comércio (OMC). Ele quer que no encontro da Cúpula do G8, que acontecerá neste fim de semana, na Rússia, esse acordo comece a ser costurado com a OMC.

- Todo mundo tem suas ofertas no bolso do paletó. Eu proponho aos líderes que todos coloquem suas cartas na mesa ao mesmo tempo – disse.

Otimista

Apesar disso, Lula se disse otimista quando a um acordo. Ele reiterou ainda que o Brasil está preparado para fazer concessões:

- O Brasil está pronto para mostrar flexibilidade - disse.

Respondendo a uma pergunta sobre a política de relação exterior do governo, Lula disse que não vê dificuldades em manter boas relações com os presidentes dos Estados Unidos, George W. Bush, e da Venezuela, Hugo Chavez. Ele afirmou ainda que mantém bons vínculos com governantes de diversos países da América Latina.

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