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Durante discurso em solenidade de inauguração de obras na capital sergipana, sem citar o nome da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o presidente Lula declarou que quer eleger uma pessoa para fazer mais do ele fez. Depois de fazer um retrospecto das obras do governo, citando principalmente os investimentos em educação, o presidente disse que fez mais universidades do que muitos de seus antecessores e voltou a lamentar que não teve a oportunidade de se formar. "Mas formei meus quatro filhos", disse.

Ele comentou ainda que os próximos presidentes vão olhar para trás e ver números. "Vão ver que um metalúrgico sem faculdade fez mais universidades do que os doutores que já governaram o país".

Segundo Lula, a um ano e meio do fim do mandato, ainda há muita coisa para acontecer. "Fizemos muita coisa, não tudo que podia ser feito, mas mais do que imaginávamos que íamos fazer. Mas fizemos muito mais do que qualquer outro governo. E nesse um ano e meio ainda vai acontecer muito mais porque agora é que a máquina está engrenada. Agora que quebramos barreiras imensas", disse.

Terceiro mandato

O presidente voltou a dizer que não tem discutido o terceiro mandato porque acha que o Brasil não precisa disso. "Precisa consolidar a democracia e a alternância de poder é muito importante e eu já cumpri minha obrigação. Quero terminar meu mandato feliz e torcer para quem vem depois de mim", completou.

Ele atacou ainda a elite brasileira que, segundo ele, sempre foi subordinada aos estrangeiros, reiterando que precisava ser eleito porque "queria provar que tinha mais competência do que eles para governar o país".

No discurso de improviso, Lula disse que a elite achava "que nordestino só gostava de ser pedreiro". "Não temos vergonha de ser pedreiro, mas também queremos ser engenheiro.

Pouco antes do discurso de Lula, o governador de Sergipe, Marcelo Déda, fez discurso inflamado em que falou de seus adversários e disse que, no seu governo, acabou a política do ódio e agora era só política da parceria.

O presidente Lula aproveitou para recomendar a Déda que não se preocupasse com a oposição ao seu governo. "Déda, não bata boca com eles. Deixe eles gritarem porque Sergipe foi governado durante anos por quem achava que o povo era rebanho. Não brigue. Não perca o sono, porque na política, a arte é ter paciência e, na hora certa, nós vamos contar os tijolinhos e ver quem fez mais", disse.

Lula lembrou ainda, numa referência à oposição ao seu governo, que "está chegando o momento em que vocês vão ver ouvir falar muita bobagem na TV. Tudo que querem é que o outro se machuque para eles entrarem". E acrescentou: "Meus adversários achavam que meu governo ia ser um fracasso pelo fato de eu não ter estudado e que logo iam voltar". Em seguida, Lula pediu aos adversários de Deda que deixem ele governar. Distante do palanque, durante a cerimônia, havia uma manifestação de policiais militares contra o governo de Déda. A categoria reivindica aumento salarial.

Lula já embarcou de volta para Brasília e, antes de seguir para o aeroporto, lembrou que viaja no final de semana para Genebra, Rússia e Casaquistão.

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