O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que ficou satisfeito com a entrevista coletiva concedida pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para responder denúncias feitas pelo ex-assessor Rogério Buratti de que participou de um esquema de corrupção na prefeitura de Ribeirão Preto para favorecer o PT. Buratti declarou ao Ministério Público (MP) que Palocci recebia R$ 50 mil por mês da empreiteira Leão&Leão, prestadora de serviço de coleta de lixo, quando era prefeito da cidade. Palocci negou neste domingo todas as acusações e afirmou que continua no governo porque assim decidiu o presidente Lula, que não aceitou o afastamento do ministro.
Para Lula, Palocci demonstrou que é inocente e que a política econômica não vai mudar.
- Eu acho que a resposta do Palocci mostrou a segurança de uma pessoa inocente, a segurança de um homem que sabe que não vai permitir, em hipótese alguma, que a economia brasileira sofra qualquer abalo. Eu acho que o Palocci deu a resposta que o Brasil precisava ouvir. Acho que ele mostrou a tranqüilidade de um homem que sabe o quer e, portanto, nós vamos tocar o barco - afirmou Lula durante o seu programa quinzenal de rádio, "Café com o Presidente".
Lula destacou que vai trabalhar para a consolidação da situação econômico até o fim do governo.
- Eu tenho mais um ano e pouco de mandato e quero trabalhar de forma incansável para que a economia brasileira cresça definitivamente de forma sustentável e que o povo brasileiro possa ter certeza de que o Brasil entrou no hall dos países responsáveis, dos países que estão crescendo e dos países que estão fazendo justiça social. Esse é o meu objetivo e com essa determinação eu me deito todo dia e me levanto todo dia - afirmou.
E acrescentou:
- Nós estamos tratando a economia brasileira pensando num futuro promissor para o Brasil, para os próximos 10 ou 15 anos. Se a economia estiver sólida, os fundamentos estiverem sólidos e a economia tiver crescendo, gerando riqueza, gerando empregos, tudo vai ser melhor para o povo brasileiro - declarou o presidente Lula.
O presidente afirmou ainda que não adotará medidas populistas devido à crise política. Ele citou como exemplo a articulação feita pela base aliada que reverteu a decisão dos senadores de aumentar para R$ 384 o valor do salário mínimo.
- As pessoas me ligam: Presidente, o Senado aprovou R$ 384 e por que o senhor não deixa R$ 384? Está numa crise política... E eu respondo: por uma questão de responsabilidade, ou seja, o país não comportaria, a Previdência não comportaria. Graças a Deus, a Câmara fez o que tinha que ser feito e voltou o salário mínimo para R$ 300. Outro fala, por que não baixa os juros? Porque não é tarefa do presidente baixar os juros. É tarefa do Banco Central - disse.
Ainda no programa de rádio desta segunda-feira, Lula voltou a dizer que o governo, a Polícia Federal e o Ministério Público vão investigar todas as denúncias de corrupção.
- O governo vai facilitar as apurações, até porque essa crise é prolongada. A CPI está prevista para terminar no dia 15 de outubro e depois o processo vai para o Ministério Público, vai para o Poder Judiciário. Então, nós temos apenas que ter paciência e saber que o Brasil tem que ser tocado dia-a-dia - explicou.
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