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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pretende tratar da questão do aborto com o papa Bento 16 no encontro reservado que terá com o pontífice na manhã de quarta-feira, disse o porta-voz da presidência.

"Não há nenhuma intenção do presidente de abordar esse tema, mas pode ocorrer dependendo da evolução da conversa", disse Marcelo Baumbach a jornalistas.

Em entrevista a emissoras católicas, Lula se declarou pessoalmente contrário ao aborto, mas disse que como chefe de Estado precisa tratar a questão como um tema de saúde pública.

Lula e dona Marisa terão uma conversa privada com o papa, às 11 horas, e os temas que o presidente deseja abordar são relativos à juventude, desintegração da família e programas sociais.

Antes do encontro reservado, Lula recebe o papa, acompanhado do ministro da Previdência, Luiz Marinho, do secretário especial de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, e do secretário-executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz, Carlos Moura.

O porta-voz negou a assinatura de qualquer acordo durante a presença do papa no Brasil, por se tratar de uma visita pastoral, e não oficial. O Vaticano e o Brasil estão negociando um acordo-quadro, sem data de divulgação, cujo conteúdo não foi revelado pelo Planalto. Informações extra-oficiais falam que o acordo trataria de ensino religioso.

Enquanto o porta-voz concedia entrevista, dezenas de manifestantes de duas paróquias de Brasília se concentravam na Praça dos 3 Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, carregando faixas com os dizeres "Vida sim, aborto não" e "Aborto é barbaridade".

"Lula tem duas falas. Como pessoa diz que é católico, como presidente tem um procedimento diabólico", disse o padre Pedro Stepien, da paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, referindo-se às declarações do presidente sobre o aborto.

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