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Em reunião do conselho político nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu como certa a instalação da CPI do Apagão Aéreo e disse aos líderes e presidentes de partidos da base aliada que o governo precisa se preparar para enfrentá-la. Nesta quarta, a oposição protocolou no Senado o pedido de criação de uma CPI para investigar a crise no setor aéreo . Já na Câmara, a instalação da comissão depende do julgamento de um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para o dia 25:

- A CPI está aí. Temos que nos preparar e nos organizar para enfrentá-la - disse o presidente, segundo relato de participantes do encontro.

Lula disse ainda que a única preocupação do governo é que a CPI muda o foco do debate nacional. Segundo ele, em vez de discutir o desenvolvimento econômico, como as medidas do programa de aceleração do crescimento (PAC), e assuntos de interesse da população, o país estará voltado para as investigações da CPI.

Os dirigentes continuaram discutindo a CPI depois que Lula deixou a reunião. O presidente do PMDB, Michel Temer, argumentou que, juridicamente, o Congresso não pode ter duas CPIs que tratam do mesmo tema funcionando ao mesmo tempo porque o Poder Legislativo é um só. Com isso, Temer mostra que a estratégia do governo será trabalhar para que a CPI se restrinja à Câmara, justamente onde o governo é mais forte. Temer disse que a CPI da Câmara já está criada, dependendo apenas de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para começar a funcionar.

A oposição contou com o apoio de parlamentares de partidos que fazem parte da coalizão de governo para criar a CPI no Senado. Entre as 34 assinaturas do requerimento, quatro são do PMDB e uma do PDT.

- Teoricamente, o governo tem sete cadeiras, e nós da oposição, seis. Mas vamos buscar a relatoria - disse o líder do Democratas, José Agripino (RN).

O presidente do Senado, Renan Calheiros, anunciou que vai seguir o regimento interno, e já marcou para a próxima terça-feira uma reunião com os líderes dos partidos para discutir a formação da comissão.

- Sou contrário à CPI, mas serei na presidência do Senado um escravo do regimento - afirmou.

O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), informou que fez um acordo com o líder do seu partido na Câmara dos Deputados, Antônio Carlos Pannuzio (SP), para que a CPI no Senado ser instalada somente depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que vai julgar na quarta-feira mandado de segurança para a instalação de uma CPI nos mesmos moldes na Câmara.

- Só montaremos a CPI no Senado depois que ela for implantada na Câmara - afirmou Virgílio. - A nossa comissão vai proteger a de lá, em caso de endurecimento do governo.

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