Na véspera da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu aos ministros que engrossem o coro de apoio ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para jogar água na fervura da crise política, garantir a governabilidade e evitar que a turbulência contamine a eleição de 2010. Em reunião ministerial realizada ontem, na Granja do Torto, Lula disse que a oposição está sem discurso, quer atingir o Planalto com a CPI - a ser instalada nesta terça-feira (14) - e pregou a união da base aliada para organizar a contraofensiva.
"É importante ser leal a Sarney porque há uma campanha pesada contra ele e não se pode individualizar as acusações", afirmou Lula. Para ele, os ministros indicados por partidos "têm de estar alinhados com suas bancadas" na defesa do presidente do Senado. "Precisamos partir para a ofensiva. Assim revertemos rapidamente esse quadro", disse.
Em tom irônico, o presidente afirmou que, além de comemorar a atual crise no Senado, a oposição também teve "seus 15 minutos de glória" em outros dois momentos: no episódio do mensalão, em 2005, e na derrota do governo na votação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), em 2007. Em seu diagnóstico, porém, isso só ocorreu porque os aliados ficaram na defensiva.
A avaliação do governo é de que Sarney agiu bem ao anunciar a anulação de 663 atos secretos do Senado, que continham a nomeação de parentes e aliados do senador. "Toda a sociedade estava exigindo isso", observou o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. "Foi o encaminhamento correto."
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