Brasília, (AE) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recomendou aos ministros e assessores petistas que participem do processo de votação que escolherá o novo presidente do PT hoje. O presidente disse a assessores que quer acordar a militância e deverá votar para estimular o aumento de quórum.
Lula defende a candidatura do ex-ministro Ricardo Berzoini no Processo de Eleições Diretas (PED), pelo Campo Majoritário, grupo que controla o PT. A ministro-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que pretendia ir a Porto Alegre para votar, optou por permanecer em Brasília no fim de semana, mas não deixará de votar. "Vou votar no Berzoini", declarou ela, fazendo elogios ao ex-ministro.
Dilma torce por Berzoini, mas não acha que uma boa relação do governo com o partido se atrele a sua eventual vitória: "Qualquer companheiro que ganhe vai representar uma vitória justa e correta". Sobre a possibilidade de o governo enfrentar problemas com a eventual eleição de candidatos mais radicais, em especial aqueles que cobram mudanças na política econômica, Dilma declarou: "Não acho que haja ameaça com qualquer outro candidato".
O presidente Lula abandonou a idéia de votar em Brasília e preferiu passar o fim de semana em São Bernardo do Campo, em São Paulo, onde poderá votar, porque lá está sua filiação original ao PT. Essa disposição animou o candidato governista Ricardo Berzoini.
Ele acredita que a presença de Lula na votação representaria "um simbolismo muito grande, além de revelar um compromisso dele com o partido que ajudou a fundar". Berzoini acha que essa sinalização do presidente é importante porque ajudará a "sacudir" a militância, que anda desmotivada, incentivando-a a comparecer às urnas. No entender de Berzoini, o exemplo de Lula certamente aumentará o quórum da votação e ajudará a elevar o número de militantes que comparecerão às urnas.
A partir do momento em que as denúncias tomaram conta do partido, o presidente Lula ficou preocupado com o futuro do partido que ajudou a fundar e decidiu retirar colaboradores do primeiro escalão para reerguer o partido. Depois de ter participado de muitas gestões na tentativa de ajudar o partido a se reerguer, nos últimos dias o presidente tem, no entanto, procurado manter uma posição mais distanciada da crise interna do PT, com o objetivo de não permitir que os problemas internos do partido ajudem a desgastar ainda mais a imagem do governo.
O presidente interino do PT Tarso Genro já fez chegar ao presidente Lula a sua disposição de transmitir imediatamente o cargo ao seu sucessor, se o processo for decidido em primeiro turno.
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