Atualizado em 24/11/2006, às 19h04
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu nesta sexta-feira que vai lançar ainda neste ano medidas para "desobstruir" o Estado brasileiro, pois pretende fazer um segundo mandato mais "ousado". Segundo o presidente, o segundo governo vai ser uma combinação de crescimento econômico com desenvolvimento social e não exigirá novos sacrifícios da sociedade.
- O Brasil já fez todos os sacrifícios. O povo brasileiro já pagou todos os pecados que cometeu - disse Lula em discurso na inauguração da primeira fase do Hospital Municipal Pimentas-Bonsucesso, em Guarulhos, cidade administrada pelo PT. Ele estava acompanhado do ministro da Saúde, Agenor Álvares.
- Toda vez eu me lembro do golpe militar de 1964, quando o presidente Castelo Branco convocou o povo brasileiro a dar ouro para o bem do Brasil. Deram alianças, dentes de ouro. Agora o povo brasileiro precisa colher um pouco de benefício do Estado brasileiro - declarou ele ao prometer crescimento econômico mais forte e políticas sociais mais eficientes em seu segundo mandato, que começa em janeiro.
O presidente salientou que há 10 dias faz reuniões setoriais para definir medidas que garantam as condições apropriadas para os investimentos.
- Neste primeiro mandato, eu já estou há dez dias fazendo reuniões setoriais para destravar esse país, destravar os canais que estão impedindo crescimento do Brasil, os impedimentos nas mais diferentes instituições brasileiras. Quero começar o segundo mandato agindo de forma muito mais forte e ousada.
Dizendo estar "cansado de previsão'', o presidente minimizou a revisão para baixo da estimativa do governo para o crescimento da economia brasileira deste ano, anunciada nesta sexta-feira.
- Vamos esperar as coisas acontecerem. Se não aconteceu aquilo que a gente previu, não podemos ficar chorando o leite derramado, vamos trabalhar para acontecer no ano seguinte - disse Lula.
Lula repetiu que o primeiro mandato ensinou a ele a governar após mais de 20 anos na oposição.
- Parece fácil quando a gente é oposição. Está tudo na ponta da língua. Mas quando a gente é governo, a gente tem que fazer as coisas. E ao tentar fazer as coisas, a gente se depara com uma série de obstáculos que são naturais de um regime democrático - disse Lula.
O presidente citou como entraves as leis, as questões ambientais, a oposição, o Congresso, o Ministério Público, o Tribunal de Contas da União e a burocracia.
Lula não mencionou os encontros políticos que teve nesta semana, como o apoio de quase a totalidade do PMDB , os acertos com o PTB e a reunião com 16 governadores e dois vices eleitos neste ano.
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