O presidente Luiz Inácio Lula da Silva transferiu, nesta quarta-feira, para a oposição a responsabilidade pelo veto ao aumento de 16,7% das aposentadorias e pensões superiores a um salário-mínimo. Segundo Lula, a oposição deveria ter incluído no Orçamento os recursos para concessão do aumento.
- Se a oposição tivesse o mínimo de seriedade, na questão do salário, quando o Orçamento foi votado (com cinco meses de atraso), eles poderiam ter colocado verbas para dar o reajuste dos aposentados. Eles não colocaram. Eles mantiveram exatamente aquilo que mandamos para o Congresso Nacional - disse Lula, destacando que a proposta do governo foi elaborada em acordo com as centrais sindicais e representantes dos aposentados.
O presidente lembrou que, pelo acordo, o salário-mínimo teria reajuste de 16% e as aposentadorias, aumento de 5%. Lula rebateu as acusações de que o PT agia da mesma forma quando era oposição. Para ele, não importa o que o PT fazia:
- O que importa é o que está acontecendo hoje. Tinha um Orçamento para ser votado e eles poderiam ter tirado dinheiro da educação,do transporte, do superávit, poderiam ter tirado dinheiro do que eles quisessem. Mas que colocassem no Orçamento - disse Lula, ao participar, em Salvador, da 2ª Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora.
O presidente destacou que o aumento aprovado pelo Congresso, vetado na última segunda-feira, e que poderá ser novamente aprovado na MP 291, provocaria um rombo de R$ 12 bilhões na Previdência.
- Eu acho que a responsabilidade que o presidente da República age como se tivesse agindo com sua família, ou seja, só posso gastar aquilo que tenho. Aquilo que eu não tenho, não posso inventar.
Para Lula, o veto combinado com as críticas de seu adversário, Geraldo Alckmin, não deverão acirrar a disputa eleitoral.
- Da minha parte, a campanha está começando. E vamos tratar como eu tratei as outras campanhas. Temos é que mostrar para o povo as coisas que estão acontecendo e que aconteceram no Brasil. Quem quiser acirramento que faça.