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Embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continue afirmando que tem até o dia 31 de dezembro para escolher a equipe que o acompanhará no segundo mandato, são fortes as indicações de que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deve continuar no cargo.

A incerteza sobre a situação de Meirelles decorria de movimentos dos "desenvolvimentistas" do governo e do PT, a favor de sua substituição por um nome comprometido com a queda de juros mais acentuada para acelerar o crescimento.

De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Globo, em conversa com jornalistas após almoço no Itamaraty, nesta quinta-feira, Lula escapava de perguntas sobre a formação do governo, mas, ao ser perguntado se isso valia também para o presidente do BC, cujo nome precisa ser aprovado pelo Senado, respondeu:

— E quem disse que eu quero trocar?

E continuou:

— Este é um bom time, ganhei a eleição com ele. Não estou com pressa — desconversou.

O presidente disse que fica espantado com as notícias divulgadas sobre as possíveis indicações para o Ministério, e que sua preocupação, no momento, é a desobstrução dos projetos de infra-estrutura. Lula diz que só fara escolhas depois de explicar às bancadas o perfil da nova equipe.

— Para o Ministério, tenho tempo. Tive complicações no primeiro mandato. Agora, tenho governo montado, conheço bem cada pasta. Quero antes explicar às bancadas o tipo de governo que vamos fazer e fechar as alianças. Só depois, farei escolhas.

Anteontem, Lula deu um sinal de que o ministro da Educação, Fernando Haddad, vai continuar, ao dizer que aquele era seu "dia do fico". Também são dadas como certas as permanências de Guido Mantega (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento). Outros dois ministros que ali também circulavam sorridentes, com a autoconfiança de quem ganhou o "fica", eram Walfrido Mares Guia (Turismo) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento).

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