Já dura 30 horas o drama da dona-de-casa Mara Souza Tomaz, de 30 anos, e seus dois filhos, Vitor e Thiago, de 10 e 7 anos. Eles são mantidos reféns desde meio-dia desta terça-feira, na casa da família, no Jardim Campos Elíseos, em Campinas. Identificado como Felipe, de 26 anos, o assaltante pede um carro para a fuga. A dona-de-casa se dispôs a servir a ele como escudo na fuga para que seus filhos sejam liberados. A polícia, porém, afirma que só é possível qualquer negociação com a liberação de todos os reféns. Ele interrompeu pela terceira vez as negociações e disse aos policiais que só retomará a conversa à meia noite, segundo o major da Polícia Militar Luciano Ferreira Casagrande, que participa da operação.
Segundo o policial, o assaltante tentou colocar a dona-de-casa Mara Souza Thomaz à frente da negociação. A proposta teria chegado aos policiais num telefonema feito pela própria vítima ao celular do marido.
A polícia, porém, descartou a proposta. O major Casagrande afirmou que a postura da vítima dificulta a situação da polícia.
- Essa atitude fortalece as exigências do seqüestrador, que acaba se sentindo dono da situação - disse o policial.
O assaltante invadiu a casa ao fugir da polícia depois de um assalto. Mãe e três filhos ficaram sob a mira de uma pistola. Preso duas vezes por furto, Felipe aceitou libertar o caçula, de 4 anos, em troca de um colete à prova de balas. A criança foi solta por volta de 16 horas, sem ferimentos.
Durante a madrugada, a energia da casa foi cortada. Policiais tentaram ainda trocar uma das crianças por comida, mas não conseguiram.
A negociação, conduzida pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), foi interrompida às 5h e retomada no meio da manhã. Pouco depois, porém, o rapaz parou de conversar com os policiais e interrompeu de novo as conversas. Chegou a ligar para o marido da vítima, usando o celular dela, para pedir cigarros, mas não aceitou liberar as crianças em troca.
A polícia afirma que a conversa foi interrompida na madrugada porque o assaltante demonstrou cansaço. Para os policiais, Felipe não aparenta transtornos mentais, mas alterna períodos de nervosismo e de calma.
O pai das crianças, o frentista Isvaldo Soares de Oliveira, acompanha as negociações na casa da avó dos meninos, na mesma rua. A avó, que sofre de hipertensão, passou mal durante a madrugada e teve de ser atendida pelo Samu. Segundo a polícia, as crianças não entendem o que está acontecendo e querem apenas sair da casa.
- Temos que aguardar com paciência. Nosso objetivo é que todos saiam ilesos - afirmou o tenente João Brás Oliveira. Felipe e um comparsa assaltaram uma loja de games numa galeria do bairro no fim da manhã de ontem e fugiram a pé. Um policial à paisana teria interceptado a fuga e, segundo vizinhos, pelo menos 4 tiros foram ouvidos. Felipe pulou muros, passou por um estabelecimento comercial, um terreno baldio e chegou até a residência onde estavam a mulher e seus três filhos. O outro assaltante conseguiu fugir.
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