| Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Minutos após ser eleito presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) deu um recado ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao avisar que pautará o pedido de cassação do peemedebista no dia em que o plenário estiver com “quorum adequado”.

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O plano contraria o desejo de Cunha, que vinha trabalhando para que seu futuro político fosse decidido com o menor número possível de deputados presentes, panorama que aumentaria as suas chances de salvação.

“Uma votação como essa tem que ter quorum elevado. Se houver 300 deputados (de 513), a imprensa pode dizer que o presidente ajudou ou prejudicou o Eduardo. Então, isso ocorrerá no momento certo e com quorum adequado”, adiantou.

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Especulava-se que, caso vencesse a disputa, o candidato favorito de Cunha, Rogério Rosso (PSD-DF), atendesse ao pleito do aliado.

O processo de Cunha ainda precisa ser concluído na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que deverá votar nesta quinta-feira (14) recursos apresentados pela defesa, antes de ir ao plenário.

Em termos práticos, a última etapa do caso do peemedebista só deve chegar ao plenário no segundo semestre, uma vez que a Casa entrará em recesso branco a partir desta sexta-feira (15).

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Maia adotou o discurso da isenção quando perguntado sobre como se comportará diante do processo do parlamentar fluminense, que renunciou à presidência da Câmara na semana passada.

Embora o tenha elogiado como comandante da Casa, disse que possivelmente Cunha tenha tido “poder demais”.

“Ajudei a eleger o Eduardo Cunha presidente. No plenário, é possível que ele tenha sido o melhor presidente que já tivemos, mas, talvez, tenha tido poder demais. Não vou protegê-lo nem persegui-lo”, afirmou Maia.

O parlamentar do DEM enalteceu o fato de ter contado com apoio de parlamentares de diversos partidos, como PT, PC do B e PSDB, e se comprometeu a não se esquivar de pautas consideradas impopulares.

Citou como suas prioridades a proposta do teto para os gastos públicos, o projeto de renegociação de dívidas dos Estados, pré-sal e reforma da Previdência. Alertou ainda sobre a necessidade de os deputados voltarem a se debruçar sobre a reforma política.

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“Nosso sistema eleitoral ruiu e vamos ter que voltar a esse debate para rediscuti-lo”, afirmou.

A respeito de eventuais impactos provocados por aprovações das chamadas medidas impopulares, o novo presidente diz que trata-se de uma necessidade imediata do país.

“Os deputados estão aqui para votarem o que é urgente. [Alguns projetos] podem ser impopulares no curto prazo, mas, com eles, o Brasil pode estar melhor daqui a cinco anos”, justificou.

Rosso

Derrotado, Rogério Rosso (PSD-DF) disse por telefone que foi embora da Câmara assim que acabou o discurso de Maia, por conta de uma dor de garganta, que o fez perder a voz.

Ele evitou o confronto, afirmou que é hora de a Casa se unir e se colocou à disposição do adversário para ajudar no que for necessário. Sobre o telefonema do presidente interino, Michel Temer, contou que o peemedebista pediu que ele, apesar da derrota, continue apoiando as pautas do governo e “batalhando para fazer o Brasil avançar”.

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