O presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira (24) ter dúvidas se a ação da Polícia Legislativa estava errada e questionou a autoridade de um juiz de primeira instância para autorizar a entrada da Polícia Federal no Senado. Maia se referiu ao mandado de prisão de membros da Polícia Legislativa acusados de tentar obstruir investigações da Operação Lava Jato expedido pelo juiz Vallisney de Souza, da 10ª Vara Federal de Brasília.
“A minha opinião é que a operação de sexta-feira (21) é muito complexa. Tem que se avaliar com muito cuidado quando um juiz de primeira instância toma uma decisão em relação a entrar num Poder. Uma coisa é você fazer uma operação contra uma pessoa que desviou. Outra coisa é você entrar numa instituição”, disse Maia após ter feito palestra em evento do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo.
Delator diz que senadores ‘pediam varreduras’ após notícias de corrupção
Leia a matéria completa- PF solta três dos quatro policiais do Senado presos por suspeita de contraespionagem
- ‘Fatos são gravíssimos’, diz juiz que mandou prender policiais do Senado
- Policial que fez varredura em imóvel de Gleisi tem curso de contraespionagem
- Gleisi confirma que pediu varredura à Polícia do Senado, mas nega irregularidades
O presidente da Câmara disse que está conversando com muitos advogados para entender se um juiz de primeira instância pode autorizar uma entrada no Senado Federal - o que também poderia autorizar uma ação desse tipo no Supremo Tribunal Federal (STF) ou na Presidência da República. “O que pode pra um pode pra todos”, disse.
“Segundo, no mérito, eu tenho muitas dúvidas se a ação da Polícia Legislativa estava errada porque a Constituição garante o sigilo das informações de um parlamentar. Então, se em algum momento, a Polícia Legislativa estava trabalhando para evitar grampos ilegais - não grampo legal porque esse fica nas companhias telefônicas - para garantir a preservação das informações do parlamentar é constitucional. Está no artigo 53 do parágrafo 6º da Constituição”, afirmou Maia.
Ainda de acordo com ele, talvez seja mais polêmica a decisão do que a própria decisão de entrar no Senado Federal.
‘Manguinhas de fora’
O presidente da Câmara negou que esteja colocando suas “manguinhas de fora” no período em que assumiu interinamente a Presidência da República, conforme sugeriram fontes do Palácio do Planalto.
Para Maia, o Palácio “tem de falar menos” porque o verdadeiro porta-voz do governo é o presidente Michel Temer. “Quanto menos o Palácio ‘falar’, melhor para o Brasil”, disse o democrata, ao participar nesta segunda-feira de evento do grupo de empresários Lide, do prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB).
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Após críticas, Randolfe retira projeto para barrar avanço da direita no Senado em 2026
Lula não passa presidência para Alckmin e ministros assumem tratativas no Congresso; assista ao Entrelinhas
São Paulo aprova isenção de IPVA para carros híbridos; elétricos ficam de fora
Deixe sua opinião