Com o país movimentado politicamente pelo processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), pouco tem se falado das eleições municipais, que ocorrem daqui a seis meses.
Tudo indica que haverá influência do procedimento sobre o pleito, principalmente porque alguns parlamentares votantes podem vir a se tornar candidatos.
PLACAR: Veja como os deputados votarão o impeachment
Entre os pré-candidatos a prefeito de Curitiba mais bem avaliados nas pesquisas, as opiniões são divergentes.
Dois deputados federais são cotados para a prefeitura: Luciano Ducci (PSB) e Fernando Francischini (SD). Ambos são favoráveis ao impeachment. Para o ex-prefeito, a influência do processo nas eleições depende do resultado da votação no Congresso. “Se ocorrer o impeachment, os partidos que apoiam o governo terão mais dificuldades, mas isso é maleável pela dinâmica da campanha”, avalia.
Procurado, Francischini não foi encontrado pela reportagem. Ele fez parte da comissão que avaliou o processo de impeachment da presidente na Câmara dos Deputados e votou favoravelmente ao andamento da ação. O parlamentar é crítico ferrenho do PT na condução do governo.
Apesar de não ter direito a voto no impeachment, o deputado estadual Ney Leprevost (PSD), pré-candidato a prefeito, também é favorável ao processo. “Quem não manteve a coerência, uma hora foi a favor ou contra o governo, e depois foi mais ou menos contra ou a favor, sofrerá um desgaste muito grande entre os eleitores”, diz.
O também deputado estadual Requião Filho (PMDB) crê que o impeachment deve ocorrer “se for comprovado crime” praticado pela presidente Dilma. Ao contrário dos demais pré-candidatos, ele acredita que o processo não influencia a campanha municipal.
Já Rafael Greca (PMN) preferiu não se posicionar, mas disse que o tema terá impacto no pleito. “O processo já influenciou na eleição de Curitiba porque o atual prefeito [Gustavo Fruet] fez a aposta de aliar-se com a presidente e o partido dele [PDT] vai votar contra o impeachment”, avalia.
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