O Conselho de Ética aprovou nesta quarta-feira o relatório do deputado Josias Quintal (PSB-RJ) que recomenda a cassação do mandato do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG), que ainda precisa ser confirmado no plenário da Câmara. A votação ficou em 12 votos a dois. O petebista é acusado de ter recebido e não ter registrado na Justiça Eleitoral R$ 452 mil, repassados pelas empresas de Marcos Valério de Souza.

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Queiroz, que está fazendo 57 anos nesta quarta, disse que esperava uma votação mais apertada, contando que teria pelo menos seis votos a seu favor. Ele disse que muitos deputados votaram por causa da repercussão do assunto na imprensa e desabafou:

- Que presente mais pesado este que ganhei!

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Em sua defesa, o petebista disse que a quantia que recebeu da empresa SMPB foi para atender a um pedido de Roberto Jefferson, e que não cabia a ele dar recibo ou fazer a contabilização dos recursos. Queiroz explicou ainda que quem recebeu o dinheiro foi a primeira-secretária do PTB em Minas Gerais, e ressaltou que não teve acesso aos recursos.

- Só agi como intermediário.

Votaram a favor da cassação os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ), Orlando Fantazzini (PSOL-SP), Josias Quintal (PSB-RJ), Nelson Trad (PMDB-MS), Cezar Schirmer (PMDB-RS), Jairo Carneiro (PFL-BA), Moroni Torgan (PFL-CE), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Mendes Thame (PSDB-SP), Benedito de Lira (PP-AL), Edmar Moreira (PFL-MG) e Júlio Delgado (PSB-MG). Os votos contrários foram de Pedro Canedo (PP-GO) e Neyde Aparecida (PT-GO), suplente que votou no lugar de Ângela Guadagnin (PT-SP).

Antes de o Conselho de Ética retomar a votação, interrompida na véspera quando o placar era de 4 a 1 a favor do parecer de Quintal, o deputado Luiz Antonio Fleury (PTB-SP) apresentou questão de ordem sobre a data limite para que o processo fosse votado. Ele lembrou o artigo 17 do Código de Ética, que recomenda que a discussão de um processo seja concluída em cinco sessões a partir da entrega do parecer do relator.

Como o relatório de Quintal foi entregue no dia 25 de outubro, o texto deveria ter sido analisado até esta terça-feira. Como isso não aconteceu, Fleury avalia que o relatório deveria ser encaminhado diretamente ao plenário, sem a votação do conselho.

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O presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), respondeu que a reunião desta quarta era a continuação da iniciada na tarde de terça. A questão de ordem foi colocada em votação, e somente dois deputados se posicionaram favoravelmente: Angela Guadagnin e Nelson Marquezelli (PTB-SP). Após a votação, Fleury anunciou que vai recorrer da decisão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

O processo de Queiroz é o quarto encaminhado pelo Conselho de Ética. Roberto Jefferson, autor das denúncias do mensalão, teve o mandato cassado em setembro por não ter apresentado provas. O pedido de cassação de José Dirceu (PT-SP) será votado pelo plenário no próximo dia 23 e, ainda nesta quarta, os deputados decidem se aprovam ou não o relatório que absolve Sandro Mabel (PL-GO) da acusação de ser um dos beneficiários do esquema montado pelo empresário Marcos Valério.