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O ex-prefeito Paulo Maluf responde a mais 39 ações públicas na Justiça Estadual e na Justiça Federal, com centenas de acusações de evasão de divisas, corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e improbidade administrativa. O Ministério Público Estadual decidiu abrir mais uma ação. Desta vez, para investigar o envolvimento dos publicitários Duda Mendonça e Nelson Biondi, que fizeram campanhas eleitorais para Maluf, e pelo menos dois bancos, cujos nomes não foram revelados.

- Duda e Biondi serão ouvidos como testemunhas, até o mês que vem. Estamos estudando ainda a possibilidade de já quebrar o sigilo bancário de suas contas no exterior. Creio que em seis meses teremos tudo pronto - diz o promotor Sílvio Marques, que atua nos casos.

Os dois publicitários foram citados pelo doleiro Vivaldo Alves, o Birigui, apontado como operador do dinheiro da família Maluf no exterior. Ele disse ter movimentado US$ 161 milhões para Maluf e seu filho Flávio. Os pagamentos aos publicitários teriam sido feitos pelo esquema de Birigui. Ele afirmou que transferiu US$ 5 milhões para Duda em uma conta do Citibank de Nova York. E, em depoimentos à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, deu detalhes dessas negociações.

No depoimento que deu ao MPF e à Polícia Federal, em julho, Vivaldo deu detalhes de depósitos feitos no exterior aos publicitários. Segundo ele, Duda Mendonça, que foi quem fez a campanha de Paulo Maluf em 98, era sócio de Biondi.

- Era no Citibank. Chamava-se conta Eleven- disseBirigui, no depoimento.

Segundo explicou. Eleven era uma referência ao número 11 da legenda Maluf em campanhas eleitorais. O repasse, de US$ 5 milhões, teria sido feito por ordem de Flávio Maluf, em 1998, antes da campanha em que Maluf foi derrotado por Mário Covas.

A conta que recebeu o dinheiro para Duda pertenteceria a uma empresa chamada Heritage Finance Trust, no Citibank de Nova York.

Apesar da enorme quantidade de investigações e ações públicas, Maluf só sofreu, até agora, uma condenação definitiva, por uso de verba pública para pagar anúncios particulares. Ele e mais dois ex-secretários foram condenados a devolver aos cofres públicos R$ 493 mil.

Na área criminal, o ex-prefeito é réu em pelo menos duas ações penais e cinco procedimentos administrativos relacionados a lavagem de dinheiro e ocultação de bens e valores no exterior. Não teve condenação alguma. Por ter mais de 72 anos, foi beneficiado pela redução do prazo prescricional. O total de processos existentes contra Maluf em São Paulo nunca foi calculado com exatidão.

Pelos dados do Tribunal de $ça de São Paulo, que não revelam a atual posição de cada caso, a quantidade é grande: na primeira instância, seriam 123 da área cível e três da criminal. Na segunda instância, seriam mais de 200 na área de direito público, duas de direito privado e oito na seção criminal.

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