Suspeitos de ligação com Beira-Mar são trazidos para Curitiba

Os 11 presos na Operação Fênix, para desarticular a cúpula da organização criminosa comandada por Luiz Fernando da Costa, o "Fernandinho Beira-Mar", foram trazidos para a superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, entre a noite de quinta-feira (22) e a madrugada desta sexta-feira (23). Eles foram detidos na quinta-feira no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.

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Anotações mostram que Beira-Mar comandava tráfico de dentro de Catanduvas

O narcotraficante Luiz Fernando da Costa, o "Fernandinho Beira-Mar" continua comandando o tráfico de drogas de dentro das Penitenciárias Federais de Segurança Máxima de Catanduvas, no Oeste do Paraná, e de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. A constatação foi da Polícia Federal (PF) que nesta quinta-feira (22) deflagrou a "Operação Fênix" em quatro estados - Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

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O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, mantém ligações estreitas com o tráfico do Morro da Mangueira, onde está instalada uma das escolas de samba mais tradicionais do Rio. Segundo a Polícia Federal, é naquela localidade que funciona o grande entreposto de drogas da maior facção criminosa do estado. A comunidade também estaria servindo de base para reuniões dos chefes de outras favelas discutirem a partilha de cargas de cocaína e armas que chegam para abastecer o morro e os grupos da mesma quadrilha.

As informações foram confirmadas nesta sexta-feira (23) pelo chefe da Divisão de Repressão aos Entorpecentes da Polícia Federal do Rio de Janeiro, delegado Victor César Carvalho dos Santos, que participou da Operação Fênix - referência à ave mitológica que renasce das cinzas e numa alusão a Beira-Mar, que mesmo preso na Penitenciária Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, continua controlando o tráfico internacional de drogas e armas para o Rio.

"A topografia do Morro da Mangueira favorece aos traficantes, que têm um forte armamento bélico, com muitos fuzis. Um confronto ali é de proporção militar. Como existem várias comunidades sociais, com sérios riscos para os moradores e centenas de crianças circulando, o planejamento da polícia é bastante difícil. E esses criminosos se aproveitam dessas características do morro, certamente", afirmou o delegado.

Admiração da família Beira-Mar pela Mangueira

Na operação, deflagrada quinta-feira (22), foram presas 11 pessoas, entre elas a mulher de Beira-Mar, Jaqueline Alcântara Morais que, de acordo com as investigações, teria assumido o lugar do advogado João José de Vasconcelos Kolling, então braço direito do traficante, desaparecido há seis meses. Casados em setembro deste ano, apesar de estarem juntos há 15 anos, ela é acusada de, orientada pelo marido, controlar as vendas de drogas, armas e munições.

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A família Beira-Mar parece cultivar uma grande admiração pela Estação Primeira. A polícia recebeu informações de que no ensaio do último sábado (17), o filho mais velho de Fernandinho, Felipe Alexandre da Costa, de 21 anos, foi visto na quadra desfilando com amigos. Na casa de Jaqueline, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, onde ela foi presa, os policiais encontraram uma homenagem da escola de samba, que concedeu um título comemorativo à mulher do traficante pelo "enlace matrimonial".

Aliança com facção paulista continua forte

De acordo com o delegado Victor, apesar de preso, Beira-Mar também mantém aliança com a facção paulista do crime organizado. "A relação entre a facção do Rio e a de São Paulo permanece ainda mais fortalecida. Ele se aliou ao grupo paulista porque sabe da importância de ter a seu favor essa articulação dentro do sistema carcerário", explicou.

Os laços criminosos entre as facções paulista e fluminense já se estendem por longos anos. Levantamento da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Civil do Rio, feito em julho de 2003, já estimava o poder dessa união ao revelar os lucros do comércio de maconha e cocaína nas dez principais localidades dominadas pelos dois grupos.

Segundo relatório encaminhado à CPI do Tráfico de Armas, naquele ano, as comunidades mais rentáveis já eram a Rocinha, o conjunto de favelas do Alemão e a Mangueira.

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